O vírus Zika tem tido destaque especial nos noticiários ultimamente, seja como alvo de conspirações ou alertas da Organização Mundial da Saúde, porém ganha um destaque maior devido a realização Jogos Olímpicos, no Rio de Janeiro.
À medida que a crise de saúde se intensifica, muitas pessoas da área de saúde estão cada vez mais alarmados com a perspectiva de milhares de atletas, treinadores e torcedores convergindo para um único ponto do mundo.
Nesta altura dos acontecimentos alguns atletas já desistiram da competição devido ao risco de pegar a doença.
Em um recente artigo no Medscape, o especialista em ética médica, Arthur Caplan, defendeu adiar os jogos por 6-9 meses. O impacto e o embasamento desta medida drástica foram então vigorosamente debatidos por profissionais de saúde para confecção do artigo, sendo que a maioria apoiou a medida. Uma enfermeira pontua que o risco é para todos, principalmente atletas.
As opiniões entre os profissionais que confeccionaram o documento são bem variadas. Segue abaixo algumas delas:
“Todos os países envolvidos nos Jogos Olímpicos devem aprovar esta decisão [de adiar ou cancelar] para salvar sua população. Se eles não cancelarem esses jogos, o Zika vai se tornar a pior doença infecciosa ao redor do mundo. O quociente de inteligência do mundo após 30 anos será assim reduzido devido a microcefalia”.
Outro médico sugeriu como alternativa a mudança dos Jogos para Chicago, que era a cidade vice-campeã quando da votação do Comitê Internacional. Apesar de ser dominada pelo crime – como o Rio de Janeiro – a cidade norte-americana não está infestada pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor de mais 3 doenças além do Zika.
Outra vertente concorda que cancelar ou adiar os Jogos poderia causar prejuízo devido a quantidade de dinheiro já investida até o momento.
Porém outros autores defendem que os patrocinadores lutarão com unhas e dentes para evitar qualquer alteração no cronograma, podendo num futuro, com a explosão do número de microcefálicos no mundo, empresas como Coca-Cola e McDonalds fingirem que os problemas não são delas.
Um médico de cuidados primários advertiu que o arbovírus pode ser a menor das nossas preocupações: “Suspeito que virá mais casos de doenças sexualmente transmissíveis, especialmente HIV do que o vírus Zika”.
A saúde de voluntários, atletas e torcedores continuará a ser preocupação, mas com os jogos se aproximando, a chance de reprogramar as Olimpíadas se torna cada vez mais remota.
Fonte: Medscape