Faço essa pergunta bizarra para abrir esse texto: Você lê o que você come?

Soa estranho, porém é um habito que deveríamos ter. Ou poderíamos apenas consumir produtos frescos, sem nenhuma forma de manipulação, processamento ou intervenção. Como não é a realidade da maioria das pessoas, nem que seja o pacote de sal que temos que comprar no mercado, todos esses produtos têm rótulos. E é esse mini livreto de letrinhas minusculas que temos que ler sim.

São várias e diversas informações que obtemos ali. Tanto do que é que estamos consumindo, até seu prazo de validade, tabela nutricional, se há ou não a presença de organismos transgênicos. Cada produto tem uma legislação específica e detalhes individuais. E as legislações? Nossa! Essa é uma outra história longa, que vai desde a  Constituição Federal, até portarias da Marinha, legislação do INMETRO, passando por legislação do Ministério da Saúde na ANVISACódigo de Defesa do Consumidor, Ministério da Agricultura, agora também aqui, Código Civil Criminal entre outros.

Bom, então vamos ao básico do básico da rotulagem que um alimento tem que apresentar:

  1. A impressão do rótulo não pode sair a tinta ou desaparecer!!! Sim!!! Parece um absurdo ter que verificar isso, porém alguns tipos de material, com a temperatura, umidade ou mesmo o tempo de prateleira perde a rotulagem. Se não tem rótulo ou se o rótulo não está legível, não pode ser fornecido ao consumidor. NÃO COMPREM SE NÃO ESTIVER EM BOAS CONDIÇÕES.
  2. A principal informação com letras legíveis e com destaque deve ser a marca e o produto em si. E eles devem estar no quadro principal, na cara do produto! Outro dia no mercado eu peguei um produto que estava escrito LEITE de todo tamanho na frente e lá embaixo estava escrito “iogurte sabor leite”! Quase compro errado. Aí a gente usa o item a seguir nesse texto.
  3. Precisamos também saber quem produziu o aquele alimento. Nome, endereço, cpf/cnpj. Telefone para contato. Sempre tem um serviço de atendimento ao consumidor da empresa que você pode entrar em contato. É pra usar mesmo. Pessoal que produz precisa ter um retorno dos seus clientes para saber se seu produto está de acordo ou não, se tiveram algum problema, se têm alguma reclamação. E elogiar também conta.

4. Data de Fabricação, validade do produto e lote. Informações importantíssimas! Se tiver meio apagadinho, rasurado ou duvidoso, não adquiram. A data de fabricação e validade do produto são imprescindíveis para que o consumidor obtenha o produto. Esse mês de janeiro, o humorista Carlos da Nóbrega foi internado com infecção generalizada por ingestão de produto vencido.  Tivemos aí  esses dias, infelizmente, um exemplo grande da importância desses dados, que foram os números do lote da cervejaria mineira. Com os números dos lotes é possível rastrear quem comprou, para onde vendeu, quem tem em casa. É um controle do produtor e também seu. Fiquem atentos.

 

5. Além desses números, outra informação é o tempo de consumo!!! Pois é! A validade que tem é do produto FECHADO. É necessária a informação “consumir até x dias após aberto”. Um leite longa vida, por exemplo, que vence daqui 6 meses, se você abrir hoje, e mantendo em temperatura de refrigeração, ele dura dois dias. Então muita atenção aí para o pulo do gato: Tem a data de validade e tem o tempo de consumo após aberto!

 

6. A lista de ingredientes que vai no produto que você comprou. “Ah mas eu comprei só leite”, então checa lá na lista de ingredientes. A lista de ingredientes funciona assim: O principal componente do produto é o primeiro da lista, o segundo mais usado é o segundo maior e assim por diante. Quando acabam os ingredientes, na mesma sequencia vem os ADITIVOS, que são conservantes, aromatizantes, etc (tudo alimentício comestível é claro) adicionados ao produto principal. Quanto mais processado o produto, maior a quantidade de ingredientes e aditivos eles terão. Um produto que eu acho interessante de observar essa parte do rótulo é o iogurte. Observe lá se você está comendo iogurte ou bebida láctea. Se é leite integral. Se usa soro mais que leite ou leite mais que soro.

7. A tabela nutricional. Sim, é obrigatória estar por lá. Tem que estar de forma correta e na porção certa. Uma barrinha de cereal que você geralmente come de uma vez vai usar a porção “Unidade”, por exemplo. Já um pacote de biscoito, que teoricamente pode ser comido em várias porções, estará designada a a porção (exemplo = 3 biscoitos) associado com o peso de 3 biscoitos. Aí eles fazem os cálculos para a tabela nutricional.

Fiz esse texto introdutório aqui com as primeiras informações bem básicas sobre a rotulagem de alimentos. Como disse anteriormente, é um mundo vasto e a ideia esse ano é falar sobre Comida e Segurança Alimentar. Sim, a Medicina Veterinária também está envolvida bem grudadinha nessa área.

Também falo sobre esse assunto no Spin 791 !

Bom, como temos muito assunto sobre isso, quais suas dúvidas sobre esses temas? Vamos embarcar nesse mundo maravilhoso dos Alimentos?