Vinte e cinco anos após a introdução da rede mundial de computadores, a Era da Informação pode estar chegando ao fim.
Como assim? Não temos mais informação agora do que nunca antes?
Sim, temos, e cada vez mais. Porém, o que está acabando com a Era da Informação não é a quantidade de dados que temos, mas a maneira como nos relacionamos com eles.
O Facebook é uma ferramenta nativa da era da informação. No seu perfil estão todas os dados sobre você e a cada nova postagem ou atualização mais dados vão surgindo.
Você é definido pelo seu perfil e todas as informações que se acumularam nele: fotos, status, vídeos, textões… E a resposta a cada informação é na forma de mais informação: comentários e reações que ficam gravadas no seu perfil.
Mas não estamos mais tão interessados em saber tudo o que alguém já disse, tudo o que alguém fez no verão passado, e sim o que está em pauta agora.
Há tanta informação disponível e sendo criada a cada instante, que, se cada vez que abrir o facebook, você precisar ler toda a timeline até onde parou da última vez, nunca mais vai conseguir fechá-lo (hmmmm… acho que algumas pessoas ainda estão presas na era da informação). Como não é viável absorver toda as informações disponíveis, agora o foco está em filtrá-las quando surgem, em vez de acumulá-las.
Por isso, aplicativos como o Snapchat e Periscope estão emergindo.
Eles nos permitem ver o que importa, no momento que importa, e não guardar informações desnecessariamente. Até suas interfaces com o usuário são mais limpas, com poucos botões e menos informações em tela. E a resposta à informação vem na forma de visualizações, e por vezes reações, ao vivo.
Da mesma forma, as atualizações em vídeo ganham força sobre textos e fotos. O vídeo proporciona uma experiência mais completa, e por vezes mais autêntica, do que os formatos anteriores, ainda mais quando ele é transmitido ao vivo. Já estão surgindo até lives em VR.
A experiência é o que importa
Claro que o acúmulo de informações ainda é útil, principalmente no âmbito científico, embora, mesmo neste, há mais informação sendo criada do que somos capazes de gerenciar, e por isso a filtragem na hora de decidir quais dados obter e manter é muito importante. Mas, nas redes sociais e na mídia, estamos nos tornando mais interessados em qualidade e timing do que quantidade ou histórico.
Muitos acham que as postagens efêmeras do snapchat e outros aplicativos mobile têm a ver com sigilo, segredo, ou um tipo de “panelinha”, mas a verdade é que elas nos obrigam a quebrar o hábito de acumulação que trazemos do uso do desktop.
Como a informação hoje corre tão rápido, se você assistir a um episódio de um vlog na semana, mês, ou ano seguinte ao seu lançamento, mesmo que o tema não seja dependente da data, ele pode parecer obsoleto. Fica a sensação de que aquele episódio é de um “momento” que já passou. Na verdade, provavelmente você nem irá atrás de assistir algo que foi ao ar há muito tempo. Se a informação não for vista na hora que é criada, parece que estamos ficando para trás. Sentimos que nem vale mais a pena comentar porque já perdeu a piada, o momento, a ação.
Esta é a Era da Experiência, bem vindo.
(Como este portal ainda é uma ferramenta da Era da Informação, este texto continuará aqui para que todos possam ler durante anos e anos e… Ah, em breve provavelmente ninguém mais vai querer lê-lo.)
Fontes: techcrunch