Vinte e cinco anos após a introdução da rede mundial de computadores, a Era da Informação pode estar chegando ao fim.

Como assim? Não temos mais informação agora do que nunca antes?

Sim, temos, e cada vez mais. Porém, o que está acabando com a Era da Informação não é a quantidade de dados que temos, mas a maneira como nos relacionamos com eles.

O Facebook é uma ferramenta nativa da era da informação. No seu perfil estão todas os dados sobre você e a cada nova postagem ou atualização mais dados vão surgindo.

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Muitas informações no perfil do facebook…

Você é definido pelo seu perfil e todas as informações que se acumularam nele: fotos, status, vídeos, textões… E a resposta a cada informação é na forma de mais informação: comentários e reações que ficam gravadas no seu perfil.

Mas não estamos mais tão interessados em saber tudo o que alguém já disse, tudo o que alguém fez no verão passado, e sim o que está em pauta agora.

Há tanta informação disponível e sendo criada a cada instante, que, se cada vez que abrir o facebook, você precisar ler toda a timeline até onde parou da última vez, nunca mais vai conseguir fechá-lo (hmmmm… acho que algumas pessoas ainda estão presas na era da informação). Como não é viável absorver toda as informações disponíveis, agora o foco está em filtrá-las quando surgem, em vez de acumulá-las.

Por isso, aplicativos como o Snapchat e Periscope estão emergindo.

Periscope emergindo.. saca? U+1F605

Periscope emergindo.. saca? ;p

Eles nos permitem ver o que importa, no momento que importa, e não guardar informações desnecessariamente. Até suas interfaces com o usuário são mais limpas, com poucos botões e menos informações em tela. E a resposta à informação vem na forma de visualizações, e por vezes reações, ao vivo.

Da mesma forma, as atualizações em vídeo ganham força sobre textos e fotos. O vídeo proporciona uma experiência mais completa, e por vezes mais autêntica, do que os formatos anteriores, ainda mais quando ele é transmitido ao vivo. Já estão surgindo até lives em VR.

Transmissão ao vivo de um jogo da NBA, em Realidade Virtual.

Transmissão ao vivo de um jogo da NBA, em Realidade Virtual. Imagine então uma transmissão ao vivo em 360, a partir da visão do jogador?

A experiência é o que importa

Claro que o acúmulo de informações ainda é útil, principalmente no âmbito científico, embora, mesmo neste, há mais informação sendo criada do que somos capazes de gerenciar, e por isso a filtragem na hora de decidir quais dados obter e manter é muito importante. Mas, nas redes sociais e na mídia, estamos nos tornando mais interessados em qualidade e timing do que quantidade ou histórico.

Muitos acham que as postagens efêmeras do snapchat e outros aplicativos mobile têm a ver com sigilo, segredo,  ou um tipo de “panelinha”, mas a verdade é que elas nos obrigam a quebrar o hábito de acumulação que trazemos do uso do desktop.

Vídeo de humor do porta dos fundos, satirizando o uso do snapchat.

Vídeo do porta dos fundos, satirizando o uso do snapchat.

Como a informação hoje corre tão rápido, se você assistir a um episódio de um vlog na semana, mês, ou ano seguinte ao seu lançamento, mesmo que o tema não seja dependente da data, ele pode parecer obsoleto. Fica a sensação de que aquele episódio é de um “momento” que já passou. Na verdade, provavelmente você nem irá atrás de assistir algo que foi ao ar há muito tempo. Se a informação não for vista na hora que é criada, parece que estamos ficando para trás. Sentimos que nem vale mais a pena comentar porque já perdeu a piada, o momento, a ação.

Esta é a Era da Experiência, bem vindo.

(Como este portal ainda é uma ferramenta da Era da Informação, este texto continuará aqui para que todos possam ler durante anos e anos e… Ah, em  breve provavelmente ninguém mais vai querer lê-lo.)

Fontes: techcrunch