Recentemente, estava assistindo televisão (sim, jovem, algumas pessoas ainda assistem televisão hoje em dia), quando foi anunciada uma campanha da Prefeitura que ocorreria nos Centros de Controle de Zoonoses – Os CCZ, onde teriam vários serviços relacionados aos pets, como vacinação, castração, identificação por chip e emissão de documentos. Eu, como belo pai de pet que sou, achei muito interessante essa oportunidade, tanto de levar o Lucky (meu doguíneo), quanto de conhecer a estrutura de um CCZ.
O CCZ que fica mais próximo da minha residência é o CCZ da Zona Norte, em Santana. Chegamos à Unidade e já na entrada fui surpreendido, pois havia muita gente para participar da campanha, o que, pra mim, foi curioso, pois apesar de ser uma campanha gratuita, muitas vezes ações desse tipo contam com pouca adesão da população, mas acredito que quando envolve animais de estimação, o cuidado e a atenção demandada são maiores.
Já dentro do CCZ havia uma tenda onde os tutores estavam aguardando sua vez de serem atendidos. Dentro dessa campanha, era possível realizar a emissão de Registro Geral do Animal – RGA, vacinação contra raiva e introdução de chip localizador. Aproveitei para realizar esses três serviços, pois até esse momento meu cachorro era indigente e sem localizador. A emissão de RGA é um processo muito simples e rápido, é feito de forma digitalizada e o documento chega ao e-mail do tutor no mesmo dia.
A vacinação ocorre em uma área mais a frente do complexo do CCZ, onde dois profissionais imobilizam o animal e fazem a aplicação da vacina de forma muito rápida, o Lucky nem se mexeu.
Já a aplicação de microchip foi uma parte muito curiosa, pois não conhecia esse processo. O profissional que nos atendeu me explicou que esse chip é introduzido na região intradérmica, próxima ao pescoço, e em caso de perda do animal, alguém que o encontrar pode levá-lo a um serviço municipal da Prefeitura. Nesse, existe um equipamento que faz a leitura do microchip, onde consta o número do RGA emitido do animal, facilitando assim a busca desses animais e o transporte até seus tutores. Uma estratégia muito eficaz, gratuita e acessível para evitar casos de desaparecimento e abandono de animais.
Mas como consta no nosso título, vamos à parte que realmente me encantou nesse local. Dentro do CCZ tem uma seção chamada de Centro Municipal de Adoção (CMA), onde ficam os animais que aguardam um lar pra chamar de seu.
O CMA tem duas subseções separadas, a primeira é a de Animais Domésticos. Lá, cachorros e gatos ficam a espreita de potenciais donos, com uma descrição muito fofa ao lado de suas casinhas, onde são apresentados os dados gerais e a personalidade do bicho.
Na parte de cachorros, é dado o nome do animal, data de entrada no CMA, idade estimada, tamanho da pelagem (ponto importante para os alérgicos) e o número do microchip.
Além disso, em relação ao temperamento deles, consta sobre a afinidade com adultos, afinidade com crianças, afinidade com outros cães, o nível de intensidade da atividade física que ele tem e latidos e arranhões em portas, bagunça em geral como destruir objetos e roer chinelos, além das possessividades que apresenta, seja com objetos, comida, ciúme de pessoas ou outros aspectos.
Com essas informações, é possível ter um panorama muito acurado de como é conviver com aquele animal, pensando em disponibilidade e estilo de vida do tutor, o que é primordial para quem quer ter um pet. Em relação aos gatos, vou deixar para detalhar mais na parte 2, então não perca.
Depois de escolhido o animalzinho para adoção, não vá achando que é só pegar e ir embora. Existe uma entrevista que o pessoal do próprio CMA realiza com os potenciais tutores para avaliar as condições de vida que é disposto pela pessoa para com o bicho, pois não é raro o abandono de animais adotados, assim como o fato de muitos que vão parar no CMA já serem fruto de um abandono irresponsável por tutores anteriores, que deixaram os animais em situação de quase morte, quando foram resgatados.
Perguntas como qual a renda total do tutor, qual a porcentagem de renda que vai ser dedicada ao cuidado do animal, tamanho da casa e quantidade de pessoas que moram nela são realizadas com o intuito de garantir o bem-estar, tanto do animal, quanto dos tutores.
Saindo da parte mais prosaica que já conhecemos, tem uma subseção que eu nunca imaginaria que existiria e, quando conheci, me apaixonei e quase mudei meu estilo de vida para um senhor de idade dono de fazenda com vida bucólica.
Esse local é dedicado aos Animais de Fazenda, que também podem ser adotados e levados! Nessa unidade do CCZ, tinham 5 cavalos, 1 burrinho, 2 miniporcos (ou minipigs) e dois coelhos, que mais pareciam lebres de tão grandes que eram.
Nesse caso, o pessoal do CMA faz a entrevista e a vistoria do local onde esses animais vão ser levados presencialmente, tirando medidas e observando a possibilidade de manutenção de um animal de grande porte, como um cavalo. Lá era possível interagir com os bichos, os cavalos eram dóceis, os porquinhos tímidos e os coelhos dorminhocos.
Assim terminou a minha visita ao CCZ com o Lucky, agora vacinado, chipado e documentado. Conhecer um local de tamanha estrutura com profissionais altamente especializados e com um apreço tão palpável, sendo um serviço público, me impressionou de forma positiva.
Se você tem um bichinho, fique atento nas próximas ações informadas no site da Prefeitura e aproveite para visitar o CCZ. Se não tem, vá do mesmo jeito conhecer. No próximo texto vou abordar de forma mais profunda a subseção dos gatos e algumas doenças que afetam os felinos que chegam no CCZ, como a FIV e a FELV.