Essa resenha é uma parceria do Portal Deviante com a Cia da Letras, que disponibiliza livros do seu catálogo para os nossos redatores escreverem as resenhas. Livro de hoje: Rondon Uma Biografia de Larry Rohter.
Oi pessoas! Tal qual certos super ministros brasileiros sou ávida leitora de biografias. Sério, eu gosto mesmo! Adoro saber da história de vida das pessoas, célebres ou não. Acho interessante ver, observar e perceber como os caminhos da vida conduzem as pessoas e as escolhas que fazem frente a realidade em que estão inseridas.
Então, Rondon. O que sabemos dele além do fato de ter dado nome para um estado brasileiro? Nada. Esse é o início da condução do texto e é isso que o livro faz, de fato. Ele nos apresenta o Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon.
O texto faz isso de um modo que eu achei muito interessante. Sempre é retratada a situação sociopolítica do tempo e do espaço em que Rondon está. Quando Cândido chega ao Rio de Janeiro em 1881, Larry Rohter traz a contextualização da capital imperial. Quem eram as pessoas que viviam ali? Quais as classes e seus conflitos? Com o que aquela população trabalhava? São questões que eu julguei serem essenciais para um entendimento profundo das decisões que Rondon tomou nessa época.
A todo momento e a toda grande mudança na vida de Rondon, essa descrição da sociedade brasileira é trazida para o palco. Ainda não tinha lido uma biografia que casasse tão bem essas duas coisas, a vida de uma pessoa e o momento da sociedade.
Ainda sim, o livro dá enfoque à carreira de Rondon enquanto militar. A vida pessoal de Rondon é pincelada no livro, tais como algumas outras relações pessoais. O cerne é mesmo sua atuação na Comissão de Linhas Telegráficas Estratégicas do Mato Grosso ao Amazonas e na fundação e atuação na Sociedade Protetora dos Índios (o que evoluiria para o que conhecemos hoje como FUNAI).
São esses dois ramos de atuação de Rondon que norteiam o livro e, particularmente, achei mais um ponto alto. É muito interessante conhecer as missões de exploração de Rondon e principalmente suas contribuições para a ciência nacional.
Sim, amigos. Rondon contribuiu enormemente para o acervo do Museu Nacional. Ele e sua equipe faziam coletas de animais, plantas, rochas, toda e qualquer coisa diferente que encontravam nos rincões do Mato Grosso. Além, claro, do trabalho etnográfico que foi realizado com tribos indígenas desconhecidas e taxadas de selvagens (sel-va-gens, vejam vocês…). Grande parte desse material, infelizmente, foi perdido na recente tragédia do Museu Nacional.
Confesso que o livro não é pequeno, são 491 páginas e, somando notas e referências bibliográficas, são 565. Mesmo com esse calhamaço, a leitura é fácil e corre bem.
Se você gosta de história de exploradores, natureza, biografias, esse livro é para você, com certeza. Também acho que a leitura é válida para conhecer esse personagem brasileiro que poucos de nós conhecemos.
Beijos e até o próximo texto!