Hoje, cada vez mais, a imersão nas realidades virtuais e realidades aumentadas não é mais coisa apenas de filme e série de ficção científica, está presente em nosso dia a dia. Você já usou aqueles filtros do Instagram que usam corações, confetes, estrelas, etc. para tirar uma foto? E aquele gatinho que aparece no chão da sua casa?
Mas não só nisso, essas tecnologias são usadas na educação, turismo, saúde, dentre outras. Tudo isso é possível graças à fascinante interseção entre a física e a tecnologia, dando origem à Realidade Virtual (RV) e Aumentada (RA).
A realidade virtual (RV) é um ambiente criado virtualmente (podendo ser um ambiente já existente ou completamente novo) que se sobrepõe ao ambiente físico onde o usuário está. Ninguém duvida que essa tecnologia foi realizada no século 20. Porém, os seus princípios são de muitos anos atrás.
Em 1830, o médico Charles Wheatstone criou um aparelho com dois espelhos que refletiam dois desenhos com poucas diferenças entre eles. Cada olho via a imagem de um ângulo diferente, e o nosso cérebro as sobrepunha, criando assim a profundidade. Lembrando que a nossa visão já é em 3 dimensões ou 3D (largura, altura, profundidade).
Para conseguir uma experiência bem imersiva, as imagens produzidas nos óculos contam também com vários artifícios ópticos nos desenhos 2D (largura e altura) para que os mesmos aparentem ser em 3D. A oclusão dos objetos, a sobreposição de objetos opacos, as partes de objetos mais distantes na imagem.
Há também a perspectiva aérea, objetos mais distantes vão ficando enevoados e azulados. Luz e sombra, indutores que, por meio de áreas mais claras e áreas mais escuras, conseguem contornar objetos. O gradiente de textura, por meio da repetição de padrões em profundidade, dá a impressão de que o objeto vai diminuindo de tamanho conforme o observador vai se afastando.
Também a acomodação visual, que é a percepção de mudanças de curvas e contornos, que faz com que objetos mais próximos aparentem ter mais curvas e contornos. Paralaxe de movimentos, por meio do movimento de afastamento ou aproximação do observador ao objeto com diferente velocidade, dá a percepção de profundidade.
Para criar a imagem 3D usada na RV, todos esses elementos foram usados e adicionados à convergência ocular, que devido ao movimento de relaxamento e contração do músculo ciliar, o cristalino muda a sua curvatura, e a estereopsia, a capacidade do cérebro de diferenciar a profundidade nas imagens.
O grande desafio para nos deixar completamente imersos é diminuir a latência, que é a diferença de tempo do início de movimento até sua resposta. Nos modelos mais atuais, o tempo de resposta diminuiu muito, e como a vedação dos óculos é máxima, não deixando nenhuma luz do ambiente chegar aos olhos do usuário, ele tem a impressão de estar realmente vivendo aquela experiência virtual.
Mas qual é a diferença então da realidade aumentada para realidade virtual? A realidade aumentada, ou RA, usa o espaço físico que o usuário está e coloca algo virtual nele, deixando assim a realidade maior. Mas para que o usuário consiga visualizar o objeto virtual colocado no ambiente, ele precisará olhar para uma tela, igual aos filtros do Instagram.
E ai nesta batalha entre Realidade virtual vs realidade aumentada você já escolheu um lado? Eu já escolhi o meu. Então não demore não se não os guardiões do ciberespaço irão te prender.
Referências
https://creatingwithlight.wordpress.com/2013/04/29/estereoscopia-o-primordio-do-3d/
https://exame.com/tecnologia/procon-autua-cinemas-por-irregularidades-com-oculos-3d/
https://www2.decom.ufop.br/imobilis/realidade-aumentada-e-wearables-caminhos-para-industria-4-0/
https://it-eam.com/realidade-virtual/
https://docs.ufpr.br/~felipe/foto3.pdf
http://comciencia.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-76542013000900008&lng=pt
https://web.archive.org/web/20121115133645/http://educar.sc.usp.br/otica/curiosid.htm#ilusao https://web.archive.org/web/20120124065708/http://www.ifi.unicamp.br/~dfigueir/holosite/estereo/estereos.htm
https://creatingwithlight.wordpress.com/2013/04/29/estereoscopia-o-primordio-do-3d/