Vocês já se pegaram pensando de onde surgiu uma marca? De onde veio o produto? E o que levou ao produto que se encontra na sua frente? Pois eu sempre me deparo com estas questões …
Era uma vez…
John A. MacCready foi tenente e piloto de teste da Força Aérea dos Estados Unidos e, após uma viagem em um balão, se queixou que seus olhos estavam irritados, lacrimejando e que possivelmente teve danos na retina. Ele percebeu que tratava-se de um problema recorrente entre os pilotos da Força Aérea e foi então que John resolveu entrar em contato com Bausch & Lomb fabricante de equipamentos médicos de Nova Iorque para tentarem resolver o problema.
A premissa do produto era simples: um óculos que banisse os raios de sol permitindo que os pilotos alcançassem elevadas altitudes sem ocasionar danos a retina. Os óculos deveriam ter boa aparência, afinal o status militar na época era algo exaltado.
Depois de alguns anos de teste e protótipos, foi em 7 de maio de 1937 que a Bausch & Lomb registrou a patente e o Ray-Ban Aviador.
As lentes verdes poderiam cortar o brilho sem obscurecer a visão dos pilotos de aeronaves e o material utilizado na lente tinha a capacidade de filtrar raios infravermelhos e ultravioletas. O formato de gota teve inspiração nas máscaras de aviação dos pilotos do passado. A armação, por sua vez, era de material leve chegando a pesar cerca de 150 gramas, o que facilitava o uso.
Para as Forças Aéreas Norte Americanas não havia outra estratégia a não ser a adoção do uso do Ray-Ban Aviador por todos os pilotos, fato que popularizou o óculos. Uma pequena peça teve um valor agregado que destoava de seu preço. Status, patentes, habilidades, tudo girando em torno de um óculos.
O produto se tornou um sucesso e seguiu se desenvolvendo e inovando ao longo do tempo. Em 1939 o Ray Ban Outdoorsman chegou ao mercado. Uma barra de proteção foi inserida no modelo, impedindo que o suor caísse nos olhos. A ideia era atender um grupo específico que exercia atividades ao ar livre, como pesca, caça, tiro ao alvo. Em 1952 chegou a vez do Ray-Ban Wayfarer com molduras de plástico. Este modelo se tornou um clássico em Hollywood e foi usado por James Dean durante 1955.
Criar ou Comprar?
Um dos desafios que as empresas acabam esbarrando é justamente esse: CRIAR x COMPRAR? Parece uma pergunta simples, mas que tem muito mais coisa envolvida. Na quarentena, por exemplo, começamos a rever algumas questões, não é mesmo? Se queremos/precisamos de algo, temos que pensar alguns minutos como iremos resolver isso. Iremos comprar ou fazer?
Fazer esbarra em questões sobre ingredientes necessários, receitas, medidas e formas de execução. Enquanto comprar tem que encaixar no orçamento e logística atual.
Muitos padeiros amadores estão se descobrindo nesse momento e outro pessoal anda descobrindo os serviços locais (de entrega ou manufatura) da cidade. De toda forma o problema está sendo resolvido. Mas e quando o problema é em escala industrial? (ou militar)
“Muitas pessoas acham que um produto é uma oferta tangível, mas ele é tudo o que pode ser oferecido a um mercado para satisfazer uma necessidade ou um desejo, incluindo bens físicos, serviços, experiencias, eventos, pessoas, lugares, propriedades, organizações, informações e ideias.” Administração de Marketing, Kotler e Keller.
Um simples produto pode ser algo revolucionário para o mercado ou marca. A inovação pode ser simples e revolucionária. Normalmente as mais simples são as melhores.
̶P̶S̶:̶ ̶P̶o̶i̶s̶ ̶é̶ ̶à̶ ̶p̶a̶l̶a̶v̶r̶a̶ ̶“̶R̶a̶y̶”̶ ̶(̶q̶u̶e̶ ̶s̶i̶g̶n̶i̶f̶i̶c̶a̶ ̶“̶r̶a̶i̶o̶”̶)̶ ̶e̶n̶q̶u̶a̶n̶t̶o̶ ̶“̶B̶a̶n̶”̶ ̶(̶a̶b̶r̶e̶v̶i̶a̶t̶u̶r̶a̶ ̶d̶a̶ ̶p̶a̶l̶a̶v̶r̶a̶ ̶“̶b̶a̶n̶i̶s̶h̶”̶ ̶q̶u̶e̶ ̶s̶i̶g̶n̶i̶f̶i̶c̶a̶ ̶“̶e̶l̶i̶m̶i̶n̶a̶r̶”̶,̶ ̶o̶u̶ ̶“̶b̶a̶n̶i̶r̶”̶)̶.̶