Atualmente nas escolas falamos muito sobre o protagonismo juvenil, e que os educadores precisam estimular o protagonismo dos alunos. Em contraponto vivemos em uma geração em que tudo está a menos de um clique de distância. Então como conseguir desenvolver essa habilidade nos estudantes?
Uma das formas para desenvolver o tão desejado protagonismo juvenil é o incentivo à pesquisa. O ensino por meio de projetos tem sido colocado como uma das mais atuais ferramentas da educação, mas vamos analisar o que está por trás. Como se desenvolve um projeto? Como o aluno vai saber o que fazer?
Essas perguntas são respondidas por meio do uso de outra metodologia de ensino muito mais antiga, pelo menos muitos educadores assim acham. A pesquisa, quem nunca fez uma pesquisa, mesmo que pequena na época do colégio? Mas não estou falando do famoso control+C control+V de paginas do google. Estou falando das pesquisas em que lemos alguns textos pra tentar entender, analisar e buscar uma resposta para uma problemática que o professor nos apresentou. Para isso, a iniciação científica é uma ferramenta assertiva.
Ao estimular um olhar diferenciado para a pesquisa, o professor proporciona ao aluno uma aproximação dos conceitos científicos e das práticas. Alguns pensadores da educação afirmam que não existe ensino sem pesquisa e, da mesma, forma pesquisa sem ensino. Eu particularmente concordo com esta afirmação, pois, ao olhar cuidadosamente para o mundo ao seu redor, é inevitável a associação ou a curiosidade para associar os conceitos aprendidos em sala de aula com o que se vê.
Ao se estimular ainda mais esta forma de pensar, o estudante vai apurando o seu pensamento crítico, sendo difícil de aceitar qualquer coisa como verdade, antes de passar pelo método científico. Mesmo que este método esteja a priori em seus pensamentos.
Observar, investigar, gerar hipóteses, experimentar, analisar os dados e chegar a uma conclusão vai muito mais além do meio acadêmico.
Trabalhar este método desde muito cedo traz ao aluno um desenvolvimento diferenciado não apenas em suas relações políticas, sociais, mas também no meio acadêmico. O ato de ele buscar o conhecimento por si e não aceitar o que seu professor falou como verdade faz com que mais ligações neurais sejam formadas, pois há o trabalho de mais de uma área na região cerebral.
Quando o aluno aceita o que seu professor disse como verdade ele está estimulando certas regiões cerebrais. Ele não precisa procurar em seus ‘arquivos’ e comparar as hipóteses. O aluno assume que é verdade e parte para a próxima matéria. Mas quando o ato de pesquisar, analisar, formular hipóteses e testar e só então obter uma resposta faz com que ele trabalhe simultaneamente mais áreas em seu cérebro, resultando um maior contato e intimidade com os conceitos que envolvem a problemática.
Desta forma, o aluno não só consegue se apropriar do conhecimento como também consegue compreender que a ciência não é estática e pronta, mas que o conhecimento é construído ao longo dos tempos. Hoje, o que temos como verdade pode ser derrubado ou refutado no futuro caso alguém consiga comprovar algo diferente. Ou que o que temos hoje como verdade pode não estar completo e precisar de um tempo maior para o desenvolvimento tecnológico para que possamos compreender melhor. Assim, desenvolve-se neste indivíduo um olhar no todo, e não apenas em um único ponto por vezes frágil.
Precisamos de pessoas assim, pessoas com este tipo de olhar e discernimento para que o nosso futuro tenha muitas possibilidades. Agora fica uma pergunta eterna e gritante nas mentes e nos corações dos educadores. Qual sistema de governo gostaria de ter em sua sociedade cidadãos com um poder tão grande, o poder de pensar?
REFERENCIAS
Pin em palavras ao vento…. (pinterest.com)
Vista do A Iniciação Científica no Brasil e sua propagação no Ensino Médio (cruzeirodosul.edu.br)