Saudações marujos!Hoje iremos explorar os mistérios e segredos dos Sete Mares! Preparem a bússola! Limpem o convés! Tragam mais rum e, por favor, tenham cuidado com o canto das sereias (e sereios também)! Entre pergaminhos, mapas do tesouro e cartazes de recompensas, eu recebi cartas da Mestre dos Tesouros, Isabela Fontanella, em que contava suas aventuras em Museus no Rio de Janeiro. Ora, marujos! Que grande ideia! Fui tomada pela súbita vontade de compartilhar com essa tripulação as aventuras dessa Capitã que vos fala. Tomara que a tinta destes pergaminhos não borre quando atravessarmos os mares, pois essa é uma história que merece ser contada! Ahooy!
N0@ N@#@g@g@1’@ Zarpamos na cidadela de Santos e ali, a beira mar, encontramos o Museu de Pesca.
A estrutura eclética e o canhão da entrada já informavam que o prédio pertenceu à Marinha Brasileira. Trata-se de um local fascinante já de início, e foi com apenas cinco contos de réis que consegui entrar nesse território que outrora fora do inimigo. A estrutura inicial do Museu fora palco para a formação de muitos militares na Escola de Aprendizes-Marinheiros fundada em 1933, mas o local tem lembranças muito mais antigas! Antes mesmo de ser um instituto de formação, o local era denominado Forte Augusto e, juntamente com a Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande, protegia a entrada do porto de Santos! Estas atividades são datadas em 1734!
_Quantos companheiros não devem ter sido abatidos nestas águas
Esta jovem capitã jura pelos Sete Mares que irá visitar a Fortaleza de Santo Amaro e tentar descobrir mais pontos de ataques e enviar as considerações em um novo pergaminho. Por agora voltemos a aventura do Museu de Pesca.
A primeira sala é grande e repleta de tubarões dos mares empalhados. Cada qual com sua descrição e hábitos de vida. Parece um cardume destes seres.
Tentei controlar meus impulsos de correr de um local cheio destes cães dos mares. Confesso que fracassei e me vi caminhando para uma sala em anexo, intitulada “Submegir Submerge”. Neste momento fui transportada para o interior de um submarino. Há explicações sobre a sedimentação e equipamentos usados. Tem até um submarino amarelo.
Saindo deste torpor e ilusões que estavam sendo geradas (F̶e̶i̶t̶i̶ç̶a̶r̶i̶a̶?̶ ̶C̶o̶m̶o̶ ̶p̶o̶d̶e̶r̶i̶a̶ ̶e̶u̶ ̶e̶s̶t̶a̶r̶ ̶n̶o̶ ̶f̶u̶n̶d̶o̶ ̶d̶o̶ ̶m̶a̶r̶?̶), achei melhor voltar a sala dos tubarões. Pude, então, vislumbrar as aventuras que me aguardavam no segundo andar através de tetos de vidro.
Tomada por uma súbita coragem, subi os lances da escada dois a dois, e dei de cara com o que muitos pensam ser sereias!
Tantas formas dos marujos serem encantados e levados para as profundezas do mar!
E ainda pude constatar que tenho metade da magnitude destes animais.
Quando consegui me desvencilhar dos encantos das ̶s̶e̶r̶i̶a̶s̶ ̶d̶o̶s̶ ̶m̶a̶r̶e̶s̶ e peixes bois, eu vislumbrei o ser que me encantaria no andar de baixo.
Vinte e três metros de comprimento de uma baleia-fin (Balaenoptera physalus) são um total de 193 ossos e 7 toneladas!
O glorioso mamífero encalhou nas praias de Peruíbe-SP em agosto de 1941, sendo confundida com um submarino Alemão, pois na época desenrolava a 2ºGuerra Mundial. No ano seguinte, já adentrava no museu e foi a partir da baleia que começou a se formar o museu da pesca. Porém, o mamífero não é o único gigante exposto! Na sala ao lado, vê-se Architeuthis sp e seus 5 metros e 91 quilos de corpo e tentáculos. Trata-se do único exemplar de uma lula gigante em exposição.
As salas e corredores são repletas de mais aparatos. Bússolas, redes e anzóis! Vi golfinhos, tartarugas e peixes! Quantos peixes! Na parte de crustáceo, acabei vendo uma espécie de barata do mar e fiz questão de fotografar para que minha tripulação não duvidasse do tamanho da mesma.
̶M̶e̶s̶m̶o̶ ̶t̶a̶m̶a̶n̶h̶o̶ ̶d̶a̶ ̶b̶a̶r̶a̶t̶a̶ ̶e̶n̶c̶o̶n̶t̶r̶a̶d̶a̶ ̶n̶a̶ ̶m̶i̶n̶h̶a̶ ̶c̶a̶b̶i̶n̶e̶.̶.̶.̶ Fiquei encantada com a sala de areias! Catalogadas e expostas areias de praias do Brasil, da Europa, Ásia e África. Peculiar distinção de cores, formatos, tamanhos e espessuras! Talvez para compreender a riqueza existente em grãos tão pequenos, você, marujo, tem que visitar tal exposição! Aproveite e veja as conchas expostas! Cores distintas, algumas em espiral, algumas com espinhos, algumas duplas, pequenas demais ou grandes demais. Todas mostrando a delicadeza da natureza marinha.
Depois de ter explorado todo o primeiro andar pensei que havia acabado, porém um marujo me puxou para vislumbrar o mar.
De volta ao primeiro andar, um miado constante é ouvido. E o som vai se intensificando à medida que aproximamos da Sala do Barco.
Içar as velas marujos!
Todos os detalhes da sala lembram o alto mar! Até mesmo algumas gaivotas empalhadas ‘sobrevoando”. As plataformas são de madeira e suspensas por nós de marinheiros experientes. Mas o gato continuava o seu lamento! Talvez o bichano precisasse de ajuda!
Foi quando novamente segui meus instintos e subi no convés tendo o lamurio do felino como guia, eu cheguei no quarto do capitão.
Saudei o capitão e combinamos de tomar um rum mais tarde! A exploração tinha que continuar! E continuava!
Vocês marujos sempre quiseram descobrir como é o fundo do mar? Pois a sala Submergir é um mostruário de vidro com peças de resina no seu interior. O ecossistema do fundo do mar é representado desde a praia até suas profundezas. Essas salas interativas compõe a Ala Lúdica Petrobrás, que propõe aos aventureiros interação com o museu.
É isso marujos?
Ainda não! Ao me despedir do vigia que guarda essa grande aventura, o mesmo pediu encarecidamente que eu contasse a história do museu, chamasse mais visitantes, mais marujos, mais crianças…
Essa Capitã deve desculpas por não descrever tão bem cada um dos objetos encontrados na visita! Foram tantas coisas belas e empolgantes que devo ter deixado passar um ou outro detalhe. Tentando me redimir, irei disponibilizar meu álbum de fotos da visita. Façam bom proveito!
Sites:
Endereço da aventura:
Avenida Bartolomeu de Gusmão, 192
Ponta da Praia – Santos (SP) – Brasil
CEP 11030-906
Contato: (13) 3261-5260
E-mail: [email protected]