A história da Cartografia caminha com a história da humanidade, pois os seres humanos da Pré-história e da Antiguidade já criavam seus mapas gravados em cavernas, ossos, placas de barro cozidas e outras maneiras. Criar mapas logo foi considerado algo estratégico, pois com isso é possível mapear recursos, áreas de interesses, traçar estratégias militares e tantas outras possibilidades. A Cartografia ocidental floresceu durante as Grandes Navegações, quando mapas completos eram disputados e até mesmo considerados segredos de Estado.

Com o passar dos séculos, a humanidade percebeu que não bastava apenas ter o mapa e consultá-lo, ou seja, abrir aquele mapa enorme numa mesa e fazer medidas manualmente. Para facilitar o trabalho de consulta de mapas e recuperação das informações neles contidos, seria preciso cruzar informações entre mapas e fazer cálculos. Foi assim que a partir da década de 60 os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) começaram a ser desenhados.

De acordo com Câmara e Medeiros (1998):

Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) são instrumentos
computacionais do Geoprocessamento que permitem a realização de análises complexas ao integrar dados de diversas fontes e ao criar bancos de dados georreferenciados e, ainda, tornam possível a automatização da produção de documentos cartográficos.

Através de um SIG é possível armazenar, recuperar e transformar dados geográficos em informações. Isso é feito usando ferramentas de interface com o usuário, que inclui ferramentas para saídas cartográficas, entrada e integração de dados, funções de processamento gráfico e de imagens, armazenamento e recuperação de dados organizados sob a forma de um banco de dados geográficos. Podemos concluir que os SIG foram se aperfeiçoando conforme a capacidade de processamento dos computadores também melhorava.

Sabe o Google Maps? Então, ele é considerado uma revolução nos SIG, já que possibilita que o público geral tenha acesso a mapas, faça pequenos processamentos, extraia informações e salve os mapas para seu uso pessoal.

Nossos leitores já devem ter concluído que os SIG podem ser usados para diferentes finalidades, sendo importantes ferramentas para as mais variadas áreas do conhecimento.

Para exemplificar, vou mencionar um uso na Agricultura. Um cafeicultor pode usar drones para mapear seus talhões e os dados coletados podem oferecer um mapeamento detalhado das áreas que requerem um maior cuidado (adubação e poda, por exemplo). Dessa maneira, o agricultor não precisa percorrer grandes áreas da propriedade ou usar fertilizantes em excesso.

Podemos concluir que as possibilidades envolvendo os SIG são inúmeras. Para tal, eles devem ser utilizados como uma extensão de nosso raciocínio, pois podemos elaborar as perguntas certas para obter as respostas para problemas que queremos solucionar usando os mapas e as informações neles contidos.

 


CÂMARA, Gilberto; MEDEIROS, José S. Princípios básicos em
Geoprocessamento. In: ASSAD, Eduardo D.; SANO, Edson E. Sistemas de
Informações Geográficas. Aplicações na agricultura. 2. ed. Brasília:
Embrapa, 1998. 434 p. 3-11.