O tempo é o assunto oficial das pessoas sem assunto (DATAGABI, 2020).

É claro, não tem como a gente não falar sobre o tempo. Nós vivemos sob suas condições. Programamos nossa vida em torno nas variáveis meteorológicas. “Será que vai chover?”. Nos perguntamos isso para saber a roupa que a gente veste, o caminho que a gente vai fazer de carro, para saber se dá ou não para viajar para a praia…

Bom, se você é um ser humano atento, deve ter reparado que o tempo anda meio doido né? Calor demais, chuva demais, frio demais… Aff!

Sobre isso, temos duas coisas importantes a discutir: 1) Como os sistemas atmosféricos funcionam e 2) as mudanças climáticas. E uma coisa está relacionada com a outra, não tem como fugir.

Vamos lá, além do derretimento das calotas polares e aumento do nível geral dos oceanos, uma das consequências das mudanças climáticas que será mais presente na nossa vida é a ocorrência de eventos climáticos extremos.

Recorde de calor, recorde de frio, maior pluviosidade registrada em 100 anos, maior seca, maior sei lá o que. Esses eventos ocorrerão com menor frequência.

E CLAAAAARO, tudo isso é fruto do “exagero” ou da maneira acentuada com que os sistemas atmosféricos vão atuar. Estou escrevendo esse texto no momento da entrada de uma frente fria HISTÓRICA. Tá nevando no Brasil, meus amigos.

Também tivemos chuvas históricas na capital do pão de queijo, Belo Horizonte. Tivemos o dia e o mês mais chuvoso da história da capital, com seus 122 aninhos. Choveu o triplo das médias normais para o mês de janeiro e a metade da pluviosidade esperada para o ano inteiro.

Esse ano já tivemos também a ocorrência de um ciclone em terras Tupiniquins. Como discutimos no SCICAST 384 sobre Furacões e Ciclones, é provável que a ocorrência desse tipo de fenômeno  aqui se torne mais frequente. Uma vez que o aumento da temperatura do Atlântico Sul é uma realidade (oferecida pelo aquecimento global), e altas temperaturas da superfície do mar são um pré requisito para a formação de ciclones.

Eu trouxe esses exemplos para mostrar que esses sistemas atmosféricos são sistemas comuns e que atuam “desde sempre” no nosso território. Com exceção ao ciclone, que, normalmente não atinge a costa do país.

O que tem de diferente dessa vez é a magnitude dos fenômenos. Uma situação infeliz que tende cada a vez ser mais comum se não mudarmos urgentemente nossos modos de produção e consumo.