Sabe o que o ex-ciclista Lance Armstrong tem em comum com a ciclista Belga Femk Van Den Driessche, de 19 anos? Não é o titulo do Tour de France, mas contar com uma ajudinha ilegal. No caso de Armstrong eram os anabolizantes, já Van Den Driessche utilizava um motor elétrico em sua bicicleta.
O ciclismo competitivo possui um triste histórico de doping, atletas que utilizam de meios ilícitos para melhorar seu desempenho, o que foi comprovado recentemente é o “doping mecânico”. O atleta utiliza secretamente um motor em sua bicicleta, permitindo-o economizar energia em corridas de longa distância. A UCI já desconfiava deste tipo de trapaça e agora tem a prova, foi encontrado um motor escondido dentro do quadro de uma bicicleta pertencente a ciclista Femke Van Den Driessche, após o campeonato mundial disputado na Bélgica.
Motores elétricos em bicicletas são realidade faz tempo, geralmente eles são destinados à ciclistas comuns, que adoram uma mãozinha ladeira acima. A UCI está atenta a novas tecnologias e promoveu checagem com máquinas de raios-X na ultima edição da prova Milão-São Remo, em março.
Criado por uma empresa austríaca, o “Vivax Assist 4.0” é compacto e pesa somente 1,8kg, o kit inclui bateria, motor e fiação. O motor no formato cilíndrico tem 220mm de comprimento e 30,9mm ou 31,6mm de diâmetro e fica instalado na vertical, ligado diretamente ao virabrequim. Um pequeno botão no guidão serve como chave liga/desliga. Além do kit básico com bateria de íons lítio que fica instalada numa bolsa abaixo do selim, existe um kit avançado chamado “Invisible Performance Package”, onde a bateria fica alojada no interior de uma falsa caramanhola (aquele suporte para garrafa d’água). Como os fios saem diretamente para dentro do quadro, o kit é totalmente “invisível” e basta um toque no botão para que 200W passem a empurrar a magrela, podendo ter autonomia de 60 (6Ah) ou 90 (9Ah) minutos.
Após ser forçada a retirar-se por problemas mecânicos, Van den Driessche teve o motor da sua bicicleta descoberto durante uma verificação de equipamentos no pit stop. Cabos elétricos foram visto saindo de dentro do quadro quando o selim foi removido, segundo o jornalista Martin Vangramberen. “É absolutamente claro que houve fraude tecnológica”, disse o presidente da UCI, Brian Cookson, durante uma conferência de imprensa logo após a bicicleta ser apreendida. Se for considerada culpada, Van den Driessche poderá ser multada em até 200.000 francos suíços e poderá pegar um gancho de seis meses e até a exclusão do esporte.
Veja como funciona o kit Vivax Assist 4.0
Fonte: TheVerge