Recentemente terminei o jogo Inside, da desenvolvedora Playdead, a mesma que fez o jogo Limbo que foi um sucesso indie de crítica e público. O visual e o clima de cara já me cativaram, lembraram muito o estilo monocromático de seu antecessor e com aquela pegada “creepy” que o Limbo trazia, mas agora tudo de forma mais grandiosa e ambiciosa.
O jogo segue nesse clima sombrio enquanto você está no controle de um menino de camisa vermelha que corre por uma floresta fugindo e se escondendo de homens de preto que te perseguem com lanternas e cachorros ferozes.
Assim como o seu antecessor, Limbo, não tem nenhuma cutscene, texto, diálogo ou narração para contar a história, a narrativa se desenvolve de forma visual e conforme você vai jogando, observando os cenários e as situações enquanto especula e tira as suas próprias conclusões.
A fórmula de Inside é a de um jogo de plataforma side-scroller bidimensional com elementos de puzzle, em determinados momentos você consegue interagir com objetos do segundo plano, como plataformas ou caixas para empurrar. Você segue seções de plataforma enquanto enfrenta puzzles muito inteligentes e intuitivos, se você tiver paciência para explorar e analisar o cenário você não terá dificuldade para resolvê-los.
Os puzzles mais complicados ficam para os colecionáveis dos jogos, onde você deve descobrir áreas secretas e resolver um quebra-cabeça mais difícil para enfim coletar as recompensas que estão espalhadas pelo jogo.
Em algumas seções do jogo você usa um “capacete neural” que faz o seu personagem tomar o controle de outros “humanos” que estão pelo cenário desacordados, você controla em algumas partes vários destes “ajudantes” e faz eles pularem ou empurrarem objetos para você resolver o desafio daquela parte e poder seguir no jogo. Isso resulta em situações muito legais de raciocínio e que me lembrou muito algo que também era feito no antigo jogo Oddworld, por ter mecânica de controle semelhante.
A história é muito intrigante, ou pelo menos o que podemos observar dela. A sensação conspiratória e de dominação que permeia o lugar é muito pertubadora, eu me sentia jogando um jogo do clássico e grandioso “The Wall” da banda Pink Floyd, onde em seu filme e álbum retratam uma sociedade dominada e controlada bem nesse estilo.
O jogo segue obscuro assim até o seu fim onde tem um final bem intrigante e surpreeendente, o que fez muitas pessoas especularem e ficarem discutindo pela internet sobre os mistérios e interpretações do que se passa no game.
Inside é um grande jogo, traz aquela veia artística em vários aspectos, vale muito a pena jogar para observar onde a indústria dos games está indo. O jogo é curto e termina rápido, a experiência como um todo é muito válida. Precisamos ficar atentos ao que a Playdead nos reserva para o futuro e acompanhar essa empresa que possui um trabalho bem autoral e cativante.
Texto por Matheus dos Santos (@matheus_2santos)