Durante conferência de investidores, uma nova declaração aponta que a Nintendo está interessada na tecnologia da realidade virtual (VR, sigla para Virtual Reality – as siglas só estão começando). Entretanto, não foram dadas informações sobre os planos específicos sobre o assunto.
Muitos não conhecem, mas a Nintendo já possui uma experiência nessa área! O Virtual Boy. Porém o console teve um ciclo de vendas muito pequeno devido a fatores como os problemas de custo de produção, as críticas quanto ao seu visor preto e branco e os relatos de mal estar durante o uso, conhecido pelo termo em inglês por motion sickness. Lançado em 1995, o Virtual Boy saiu de mercado no ano seguinte e desde então a Nintendo não tentou trazer nenhum projeto para sucedê-lo. Seria o momento para superar o passado e tentar mais uma vez inserir os gamers nessa realidade?
Hoje, com o salto na tecnologia desde aquela distante década de 90, podemos presenciar experiências de realidade virtual se aprimorando como o Oculus Rift, o Playstation VR e o HTC Vive. Além disso, há investimentos do Google e do Facebook em projetos de realidade virtual. Deixando claro que existe uma aposta para um futuro próximo em que o VR seja difundido, como a projeção realizada pela Trendforce que acredita que ele pode gerar um faturamento em 2020 de $70 bilhões (incluindo hardware e software). O que provavelmente chamou a atenção da Nintendo, e entre nós, quem não gostaria de ingressar nesse mercado com esses números?
Estimativas para o mercado de realidade virtual, em azul faturamento com hardware e em vermelho com software
A Nintendo tem criado grandes expectativas quanto ao seu novo console, o projeto de um “hibrido” (móbile e console) conhecido como NX, com um grande mistério sobre como ele funcionará. Poderia o novo console da Nintendo já incluir a realidade virtual? Por enquanto ainda não há nenhuma informação sobre isso, nem sequer alguma ligação entre o NX e o VR. Nos tempos atuais, em que as informações estão mais acessíveis, manter um segredo como esse é uma grande tarefa.
Além desse mistério, o mercado ainda espera os frutos da parceria entre a Nintendo com a DeNA, que estão trabalhando em jogos para smartphones com previsão de lançamento nas lojas esse ano.
Como o Deviante não dá ponto sem nó. E se você ficou curioso para saber mais sobre esse mal estar, seguido de enjoo e dores de cabeça, chamado motion sickness, aqui vamos nós!
Por exemplo, imagine quando se está sentado em um carro olhando pela janela, obviamente seu corpo está parado, como ele sabe disso? Através do aparelho localizado no nosso ouvido interno chamado de labirinto.
Dentro desse labirinto existe uma substância gelatinosa com partículas cristalinas (otólitos) e quando mexemos a cabeça esse líquido gelatinoso se desloca e causa pressão, que é capitada por esterocílios (prolongamentos das células como se fossem cílios), esses mandam para o cérebro a informação de que nos mexemos. Esse é o mecanismo que nosso corpo usa para nos manter equilibrados.
Mas enquanto estamos sentados os olhos estão processando imagens em movimento e isso pode ter um confronto com as informações que chegam pelo seu ouvido interno. Esse confronto de informações tem sido intuitivamente adotado como o motivo para o motion sickness. Mas a ciência só afirma algo depois de estudos e comprovações e é exatamente isso que professor Stoffregen tem estudado, alem de testar o motion sickness nos vídeo games, celulares e até no Oculus Rift.
Em seus estudos Stoffregen busca provar a teoria de que não é a divergência de informações no cérebro que causa os efeitos do motion sickness, mas pessoas que não possuem ou não aprenderam a habilidade de adequar seu equilíbrio postural. Durante o teste as pessoas voluntariamente foram posicionadas de forma um pouco inclinada (maneira que estimulasse o equilíbrio) em um quarto com três paredes móveis. Durante os testes uma das paredes possuía um mapa que deveria ser focado enquanto ele se movesse na direção da pessoa. E logo os voluntários sentiram desequilíbrio e ânsia. Assim o professor reforça sua teoria de que é a chave para esse mal é a capacidade de adequar seu equilíbrio. Mas ainda prosseguem os estudos para maiores detalhamentos do motion sickness em outros casos.
Para os nossos leitores ficam os questionamentos: Quais são suas expectativas para a Nintendo esse ano? O seu novo console, jogos para smartphone ou o VR? E além disso você não esperava que veria ciência e novidades dos games no mesmo lugar, não é mesmo?
Fontes:
What Nintendo’s new interest in VR means for its next console
Nintendo is exploring VR again, 20 years after the Virtual Boy flop
The Science Of Motion Sickness