No cinema temos os chamados filmes gêmeos, filmes com a mesma temática e que são lançados no mesmo ano. No mundo dos games isso também ocorre, mais raramente, mas ocorre. Foi o que aconteceu no ano de 2009, que nos apresentou Infamous e Prototype. Os dois são games de mundo aberto em que controlamos um personagem com superpoderes e que vai ganhando mais skills durante a jogatina. Porém hoje nossa atenção estará voltada a Prototype. Infamous ainda pode esperar sua vez.
Em Protoype temos um vírus geneticamente modificado que escapa de controle e acaba contaminando e matando quase toda a população de Nova Iorque. Os que não morrem se transformam em criaturas agressivas e mortais. Diferente do resto da população, o protagonista Alex Mercer, quando contaminado, adquire vários poderes e assim busca vingança contra quem causou isso. Mas um vírus poderia nos dar algum tipo de poder? Como um vírus funciona? Existem vírus tão mortais e contagiosos quanto o do game? Essas e outras perguntas serão respondidas semana que vem, aqui no Games No Lab… Mentira! Vamos ver isso já. Então se prepare e tome sua vacina, pois hoje o assunto é: Prototype e o vírus que dá superpoderes.
No game, controlamos Alex Mercer ,que acorda em um necrotério no porão de uma empresa de engenharia genética, a Gentek. Em sua fuga do local, ele é alvejado a tiros pelos seguranças do local e descobre que possui poderes de regeneração. Mais tarde também descobre que possui força sobre humana, velocidade, agilidade e o poder de “consumir” pessoas adquirindo assim suas memórias. Como Alex acordou sem memórias, ele parte em busca de respostas, consumindo pessoas chaves ligadas à Gentek e à Blackwatch, unidade militar ligada ao combate a guerras biológicas e que aparenta estar envolvida nessa história.
Durante a campanha, descobrimos que Alex era um cientista que trabalhava para a Gentek e ajudou a produzir o vírus Blacklight, vírus com o qual foi contaminado e também contaminou quase toda a cidade. Quando a Gentek criou o vírus, seu objetivo era atingir raças especificas ao invés de contaminar todo ser humano, mas quando uma certa mulher é contaminada, Elizabeth Greene, o vírus sofre uma mutação e começa a transformar as pessoas em monstros, causando um grande incidente. Alex desenvolvia uma forma do vírus que pudesse ajudar a humanidade, mas, depois do incidente com Elizabeth, ele descobre que a Blackwatch iniciou uma “queima de arquivo” eliminando todos que estavam envolvidos no protejo. Fugindo com uma variante do vírus, Alex é morto pelos militares da Blackwatch, mas não sem antes injetar o vírus em si próprio, vírus este que novamente sofre uma mutação e dá a Alex os poderes que vemos no game.
Agora que já vimos o plot do game, vamos para a ciência da coisa, entendendo o que é um vírus e como ele funciona.
Vírus são seres muito simples e pequenos, basicamente formados por uma capa proteica que envolve um DNA ou RNA, ou até mesmo os dois juntos. São parasitas obrigatórios, já que não podem produzir sua própria energia e não se reproduzem sem um hospedeiro, no caso uma célula. Essas duas características geram muita controvérsia no meio cientifico, já que alguns consideram os vírus como seres vivos e outros não consideram. É um caso complicado, já que também não temos um consenso geral do que é classificado como vida ou não.
Normalmente os vírus alteram o metabolismo da célula que parasitam, isso pode causar danos e até morte da célula. Essa é a causa de morte por muitas doenças que conhecemos, que são causadas por vírus. Pelo vídeo a seguir, podemos ver que um vírus praticamente é um Alien de Ridley Scott:
Porém algumas vezes os vírus não alteram só o metabolismo do hospedeiro (célula), eles podem alterar a própria estrutura do DNA hospedeiro causando uma mutação. Foi o que aconteceu com Alex Mercer no game, o vírus o contaminou e ao invés de mata-lo, sofreu uma mutação que lhe deu superpoderes.
Na vida real não existe nenhum vírus que pode te dar superpoderes (ou transforma seus braços em laminas), mas, como algumas pesquisas recentes mostram, certos tipos de vírus que vivem dentro do nosso intestino, ajudam a controlar a “população” de certos tipos de bactérias que podem causar inflamações intestinais. Na verdade, aparentemente isso acontece em todo nosso sistema digestivo, com os vírus “devorando” bactérias que poderiam nos causar alguma doença.
Ainda nessa questão, testes estão sendo feitos com vírus modificados em laboratório para que eles ataquem células especificas, como a de certos tipos de câncer. As pesquisas ainda estão no início, mas os resultados surpreendem e com isso já se imagina a aplicação na cura de outras doenças.
No game também vemos que o vírus Blacklight, possui uma alta taxa de contaminação combinada com alta taxa de morte. Hoje no mundo real não existe um vírus que tenha essa capacidade de contaminação e um alto índice de morte (ainda bem). Normalmente encontramos essas características separadas.
O vírus da gripe comum é extremante contagioso, já que ele pode ser transmitido pelo ar e não debilita muito o hospedeiro, que desse modo pode se locomover e transmitir o contágio, porém não é letal. Já o vírus ebola é um dos mais mortais do mundo e mata em poucos dias, porém só é transmitido através do contado com fluidos corporais do contaminado, com isso seus surtos normalmente acabam rápido, já que uma pessoa contaminada com ebola morre em poucos dias, sem que haja tempo suficiente de outras pessoas serem contaminadas.
O objetivo de qualquer vírus é crescer e se multiplicar. Para que isso ocorra, ele precisa que o hospedeiro contamine o maior número possível de novos hospedeiros, espalhando assim seus “descendentes” e, cada vez que um vírus contamina um novo individuo, há a chance dele (o vírus) sofrer alguma mutação, fazendo com que uma vacina que antes fazia efeito possa não ser mais eficaz e precise ser “atualizada”. É por isso que anualmente no Brasil temos a vacinação contra a gripe, já que, como citamos anteriormente, o vírus da gripe é muito contagioso.
E é sempre bom reforçar, pessoas… não deixem de tomar suas vacinas e vacinar seus filhos. Vacinas previnem doenças e não as causam.
Chegamos ao final de mais um texto. Não explorei muito o tema vírus, pois o próprio game não abre muito espaço para maiores especulações, porém como já disse em outro texto, ainda vai chegar a vez de Resident Evil e com isso veremos mais sobre vírus. Voltando a Protorype, é um game que passa uma ótima sensação de liberdade e poder, já que o protagonista fica extremamente overpower antes da metade da história. Recomendo para quem gosta do gênero. O game também teve uma sequência com um novo protagonista e é obrigatório se você gostar/gostou do primeiro. Fico no aguardo dos comentários. Até a próxima.
Fontes: Wikipédia, Prototype Wiki, Só Biologia, Jornal GGN, DW e El País