AH! OS INGLESES NÃO PARAM CARA! Assim como quase todas obras britânicas, o filme agrada pelo jeito único de atuação, e lógico, a densidade dos roteiros.

Trazendo velhice e loucura como temas principais, mostraram que não é preciso que chafurdem no meio que a maioria dos autores se apropriam, ou seja: fazer filmes muito emotivos e delicados sobre. Como disseram nesta obra: “Vão falar que colocamos m#&da demais nisto”. Mas, isto é justamente o porquê do filme ser muito engraçado e cordial.

Quem diria que uma “senhorinha” poderia causar tanto trabalho? Pois é, meu amigo, a Srta. Shepherd (Maggie Smith) deixa qualquer jovem para trás!

A história de Alan Bennett consegue trazer os perrengues, que viveu ao lado da Srta. Shepherd, de um jeito cordial e melindroso. E com o humor rotineiro, britânico, o requinte da história surge. Com piadas bem “cult” e uma atuação invejável dos atores, é difícil não se apaixonar pelo filme logo nos primeiros minutos.

THE LADY IN THE VAN

THE LADY IN THE VAN

De cara você é levado à um pequeno susto, mas não se apavore, faz parte do charme deste filme. Logo começam as galhofadas desta Senhorita: rabugenta, desagradecida e em busca de redenção. Seu acolhedor, o dramaturgo Allan Bennett, também é muito bem interpretado por Alex Jennings, que de um jeito bem peculiar mostra os dois lados do autor inglês (fica aí um easter egg, HAHAHA!), seu lado autoral e pessoal.

Outra parte do filme que não pode passar desapercebida é a fotografia. Clara, feliz e chocante. A direção deste filme conseguiu trazer a felicidade do roteiro também para a “película”. Mas… A cereja do bolo é a metalinguagem. Sabe-se claramente depois de uma parte do filme, que os personagens sabem que estão em uma história. E brincam com isso magistralmente. Nem para mais, nem para menos. Tudo na medida certa.

Porém, nem tudo são flores, senti que o ritmo do filme não está homogêneo. Existem muitas quebras em sua linearidade, o que muitas vezes causa sonolência ao espectador. O que, por fim, não tira a beleza de todo o filme, que com certeza vai agradar a todos.

Portanto, não via um filme tão divertido e emocionante, nos mesmos moldes, desde o Um Santo Vizinho – protagonizado por Bill Murray.