(Perdeu o começo da história? Veja o começo aqui.)
Estavam invadindo o território dos goblins, aquele local tinha uns cinco metros de altura e a largura de um grande salão, o caminho parecia circundar a montanha. Várias frestas por onde a luz passava garantiam a iluminação do local, o grupo mantinha a formação. Logo avistaram três goblins que vinham de uma passagem no fundo desse “salão”, o grupo rapidamente se escondeu atrás de formações de pedra preparando uma emboscada. Os inimigos caminharam sem desconfiar até as formações de pedra, onde não tiveram chance de reação, pois o primeiro caiu com uma flechada do caçador na cabeça, os outros dois foram rapidamente mortos por uma estocada certeira no coração por um guerreiro e por um poderoso golpe do anão que fez os olhos da criatura saltarem das órbitas. Um outro andava separado do grupo, presenciou toda cena e saiu correndo para dentro da passagem alertando quem pudesse escutar.
– Rápido! Não o deixem escapar! – gritava inutilmente o mago.
Os guerreiros tentaram seguir o goblin, mas foram surpreendidos por flechas que eram disparadas contra eles na entrada da passagem, as primeiras passaram zunindo. Os guerreiros procuraram abrigo, enquanto que o caçador buscava uma posição melhor para avaliar a situação. Daniel tinha encontrado uma proteção do outro lado e não foi notado pelo arqueiro inimigo. Viu que dois goblins estavam se alternando e trocando flechas com o caçador, usavam a passagem como proteção e não poderiam ser alcançados facilmente. O mago ficou impressionado com o ladino que aproveitava a confusão para escalar a parede e estava bem próximo das criaturas sem ser notado. Alerin tentava puxar um guerreiro que fora atingindo pelos goblins com ajuda do rastreador, mas era impossível, pois cada tentativa era frustrada por alguma flecha. O guerreiro tinha escapado da primeira flechada que o grupo levou, mas a segunda acabou acertando seu rosto. Estava se debatendo ensaguentado no chão falando palavras sem nenhum sentido quando outra flecha acertou seu peito.
Daniel aproveitou os ataques e se aproximou ainda mais dos dois, viu que o ladino estava do lado dos inimigos, que não tinham notado isso ainda. O mago pegou uma pedra e lançou em direção aos inimigos, o suficiente para que a criatura percebesse a presença dele e mudasse a direção para onde disparava as flechas. Foi a oportunidade que precisava para fazer um encanto. Os olhos da criatura brilhavam, deu dois passos a frente e atirou uma flecha no vazio, o suficiente para o caçador acertar a criatura no ombro que deu um berro, e saiu correndo para dentro da passagem. O outro goblin ocupou o espaço do companheiro e mirou no mago, mas não teve a chance de lançar sua flecha, pois o ladino a puxou pelo pulso e cravou sua adaga no pescoço do inimigo matando ali mesmo a criatura. Olhou para a passagem, e saiu correndo enquanto procurava um lugar para se refugiar ao lado do mago, viu goblins vindo pela passagem armados.
– Quatro goblins armados com espadas estão vindo para cá, preparem-se! – falou isto e deu um pulo para cair ao lado de Daniel.
– Deixem vir! Vingarei meu parceiro, juro pelo deus da guerra!!! – gritava em fúria o rastreador, pois o outro guerreiro não se mexia mais com duas flechas cravadas em seu peito.
Quando os goblins saíram pela passagem babando de ódio, pois os invasadores estavam vencendo e tomando seu território, o primeiro foi recebido por uma flecha do caçador na garganta, um dos goblins viu o ladino se escondendo e partiu na direção dele e do mago. Um goblin tentou um golpe feroz inútil na vertical de cima para baixo contra o rastreador, que facilmente desviou do golpe que acertou o chão. O experiente guerreiro pisou na mão da criatura que deu um berro de dor, foi calado por uma espada cravada no seu olho, cuja a ponta apareceu do outro lado da nuca da criatura. Alerin teve um pouco mais de trabalho, pois seu adversário era mais ágil. O goblin tentou um golpe na horizontal e, irritado por não ter acertado o anão, aplicou outro vindo da direita com mais força, que foi evitado novamente pelo anão. Alerin aproveitou a abertura e acertou um belo chute no bicho que caiu chocando a cabeça no chão. O goblin mal teve tempo para reagir, pois foi acertado no peito, o que fez a criatura perder os sentidos. O anão ainda terminou o serviço aplicando uma martelada fulminante que esmagou a cabeça.
Enquanto Alerin liquidava o goblin, outro tentou a sorte contra o ladino e o mago. Daniel ergueu o braço direito com a mão aberta em direção ao inimigo. Com a mão brilhando na cor escarlate, proferiu um feitiço fazendo com que a criatura sentisse uma dor fisicamente inimaginável, e o mago cortou a garganta do infeliz com sua adaga mágica confirmando para o ladino todos os boatos que tinha escutado sobre os magos vermelhos.
– Vocês realmente matam seus inimigos com as próprias laminas, muito interessante. Sempre ouvi falar que os magos vermelhos armados não deviam em nada para um guarda bem treinado – elogiava espantado com a perícia do mago que aplicou facilmente um golpe fatal.
– Não só com as laminas, ainda tenho outros recursos – alertava Daniel querendo parecer ainda mais perigoso para o ladino.
O guerreiro foi até o corpo de seu amigo, retirou as flechas cravadas e o arrastou até o lugar onde estava protegido com o anão. Tirou uma capa de sua bolsa e cobriu o amigo.
– Meu caro, estaremos tomando a melhor bebida no mundo dos mortos cercados pelas mulheres mais lindas contando todas as nossas histórias, quando nos encontrarmos contarei o restante das minhas aventuras, mas ainda tenho algumas criaturas para abater. Que seu caminho seja tranquilo até o descanso dos campeões! – disse essas palavras em respeito.
O guerreiro pegou a espada de seu falecido amigo e se juntou ao grupo, que mais uma vez voltava a investir em formação naquele território.