Alerin entrou na taverna com cara de poucos amigos procurando por seus companheiros especialmente um certo mago. Acabou os encontrando no fundo da taverna longe do balcão onde a confusão e o transito de pessoas era mais intenso. O local escolhido era melhor para uma conversa privada sem chamar tanta atenção. Alerin foi na direção deles, puxou uma cadeira, mas antes de dizer algo, o mago fez um gesto chamando a garçonete.

– Elisa, traga a melhor bebida para meu amigo Anão, o javali está pronto? – O mago piscou para a moça que retribuiu com um belo sorriso.

– Não adianta me bajular, mago. Terá volta… – reclamava o anão – não pense que estamos quites, a minha fatia foi bem maior, aguarde… E onde estão as minhas malditas coisas? Espero que as tenham guardado – resmungava visivelmente irritado o anão.

O rastreador devolveu a bolsa a Alerin e seu belo martelo de combate, então a garçonete chegou com o javali e uma bela caneca cheia de bebida, a presença dos três melhorou um pouco o humor do irritado anão. Enquanto apreciava a bebida, dava uma olhada no lugar que era conhecido, o andar de cima era cheio de quartos para que os viajantes passassem a noite, a taverna estava cheia por causa das festas que se aproximavam, mas algumas mesas ainda estavam livres. O ambiente era animado com muita conversa, as três garçonetes tentavam atender os clientes da melhor forma possível, a clientela era composta por lenhadores, caçadores, alguns mercenários, os rangers não eram vistos há um tempo na taverna. Os guardas da cidade de folga costumavam frequentar o lugar, e nesse dia havia uma boa quantidade de viajantes, o lugar era relativamente bem cuidado e limpo, mérito da filha e das sobrinhas do dono que cuidavam bem…

– Você tem um belo martelo de combate, Alerin. O ferreiro merece elogios – falou o rastreador antes de tomar um belo gole de sua bebida.

– Garanto que foi bem recompensado e elogiado. Essa arma foi forjada pelo meu primo, Farien da casa dos punhos de fogo, são os mais habilidosos da montanha dos anões, fez um belo trabalho contra aqueles goblins, mas ainda não encontrei um oponente a altura dessa arma – falava orgulhoso de seu pertence.

– Verdade, mas não creio que deveria desejar esse tipo de coisa, um oponente a altura desse martelo seria um adversário mortal – falou o outro guerreiro enquanto apreciava a bebida e o javali colocado na mesa.

Entraram na taverna o chefe da guarda e dois comerciantes chamando atenção de várias pessoas que estavam naquele lugar, esses se dirigiram ao dono do lugar que apontou para Daniel e Alerin. Eles foram até mesa onde foram convidados a sentar com o grupo.

– Então senhores? Seu mensageiro chegou solicitando a minha presença, exterminaram os goblins? – perguntava o chefe da guarda.

– Sim, as criaturas estão mortas e ainda encontramos uma parte das mercadorias roubadas, tenho provas. E posso fazer um serviço de escolta para os mercadores, se tiverem interesse em recuperar seus pertences – explicava o mago.

– Porque não trouxe nossa mercadoria? – indagava o comerciante.

– Não queria ser emboscado depois de uma desgastante luta, somos poucos para carregar tantas coisas, e não fomos contratados para isso. Qual a sua resposta? – respondeu o mago cobrando uma decisão.

– Sim, gostaríamos de reaver nossas mercadorias… – o comerciante fez uma pausa – Que tal 10 moedas de ouro pelo serviço? – perguntou o comerciante.

– Faço o serviço por 20 moedas de ouro, ou esqueceram que tem um mago a seu serviço? E então? – os comerciantes fizeram um gesto concordando com o valor.

– Derek, tenho outro assunto a tratar, acredito que encontramos o esconderijo dos ladrões, talvez existam outros, o prefeito teria interesse em acabar com esse problema? Acredito que reputação da cidade poderia piorar, se os goblins continuarem assaltando as estradas, não? – questionava espertamente o mago.

– Concordo, alguns deixariam de vir cá, se a estrada sul não for segura, e os preços poderiam aumentar. De que adianta vender e perder os lucros para os ladrões ou a nossa vida? – reclamava o comerciante dando razão ao mago.

– Hum… Concordo com a ideia de exterminar esses vermes, falarei com o prefeito, volto a conversar com você, amanhã – falou o chefe da guarda que terminou sua bebida, fez um gesto a todos – Vou falar com o prefeito, aproveitem a bebida e o descanso – fez um gesto de despedida para o grupo se levantando da mesa.

O mago e os guerreiros conversaram com os comerciantes para tratar sobre a escolta, e ficaram conversando por mais alguns minutos até comerciantes se retirarem para seus quartos. Beberam e divertiram-se relembrando os momentos das lutas com os goblins, e os guerreiros contaram ainda algumas de suas aventuras.

– Companheiros, apesar de Daniel, aproveitei o tempo com vocês, mas irei para casa de meus pais, acredito que ainda há alguma coisa preparada pela minha mãe para o jantar, boa noite a todos! – o anão foi em direção a saída fazendo um gesto de despedida.

E todos levantaram as canecas se despedindo do anão.

– Resolvidas nossas pendências vamos nos encontrar cedo aqui, depois vamos tratar com os comerciantes, não vamos deixar nossos clientes esperando, nem nosso ouro, certo? Elisa prometeu me ajudar com esse cabelo, aproveitando que nosso amigo Alerin está de saída, irei subir para o meu quarto e aguardar a minha nova amiga – explicava visivelmente satisfeito Daniel enquanto termina sua bebida, logo em seguida subiu para seu quarto.