Ivan preparava os carros restantes. Decidiram abandonar um, que demoraria muito para ser reparado junto com algumas peças inutilizáveis das mercadorias. Lee e Chris verificavam o corpo do rapaz morto e, junto com o carro danificado, colocaram o corpo de um dos empregados. Lee foi até Ivan falou alguma coisa e levou o corpo, com ajuda de Chris, para o carro deles. Não perderam muito tempo, foram em direção ao outro grupo que tinha retornado das barricadas e estava próximo às motos. Os canários conseguiram um fuzil leve antigo cada. Tow e Edu carregavam rifles leves e Zeh conseguira uma submetralhadora, mas havia um problema: sua moto foi acertada durante a investida e não poderia continuar. Ivan rapidamente encontrou uma solução: teria que ir junto com o corpo pelo resto do caminho. Zeh largou a moto e foi para atrás do carro, o espaço não era apertado caberia outro com ele ali, mas o corpo do rapaz incomodava.
Então um grande barulho ecoou. As “portas” da fortaleza foram fechadas. Talvez não esperassem que seriam derrotados, poderiam aguardar uma retaliação. O grupo ignorou o acontecido e continuou a operação. Os carros foram ligados e seguiram seu caminho. A fortaleza estranha ficava para trás e a antiga rodovia continuava à direita dos carros. Ivan pediu para que as motos restantes fossem mais à frente para identificar qualquer surpresa. Os sensores do carro de Ivan soavam um alerta não verificado, ele deu uma olhada e viu que era um alerta de proximidade de minas. Talvez o desvio feito por causa da fortaleza tivesse revelado a existência de algo que não queria ninguém por perto, já que esses ladrões não usariam minas, pois o risco era grande de danificar as mercadorias… Ivan deixou para ver isso depois com mais cuidados quando chegasse em Horizon.
As motos pararam à frente, todos procuraram proteção num pequeno monte à esquerda. Enquanto o restante dos carros se deslocava para lá, os primeiros tiros começavam a ser trocados.
Um grupo de nômades escondidos – não pareciam ser muitos – em várias pedras logo a frente não era organizado e local da emboscada era péssimo. Notava-se a falta de costume com as novas armas, os rifles eram inúteis, os canários só assustavam os inimigos com os disparos, pois acertar alguém estava difícil. A distração, no entanto, serviu para que os carros alcançarem uma posição boa. Todos saltaram. Zeh aproveitou a confusão e acertou dois por sorte, Chris e Ivan pegaram uma granada cada e lançaram contra os inimigos. Boa parte percebeu e correu para longe, mas dois empolgados com a luta permaneceram onde estavam. Todos que correram foram acertados com tiros, duas explosões aconteceram e os tiros pararam.
Ivan pediu para que Lee e Chris verificassem, Fred também decidiu ajudar enviando seus robôs. Em pouco tempo, Lee sinalizou que estava tudo tranquilo. Fred viu que um dos nômades estava vivo, mas Zeh logo matara esse último que agonizava no chão. Os canários observaram a cena grotesca: os dois que ficaram próximos mal eram reconhecidos, o impacto da explosão foi grande, os corpos tinham tronco, parte das pernas, braços e cabeça, mas todos foram queimados, outros foram acertados com tiros e perderam um membro ou dois com a explosão e aquele que agonizava recebeu clemência com um tiro na cabeça.
O equipamento deles não era grande coisa, mas deixaram para trás um bugre bizarro no estilo daqueles usados antigamente em guerras no deserto e uma moto em condições sofríveis. Nem Zeh quis arriscar usar aquilo, assim ele e A preferiram assumir o comando do carro, jogaram fora crânios e peles que “ornamentavam” o veículo. Espinhos e as cores berrantes incomodavam, mas poderiam ser arrumadas no futuro, o carro tinha combustível suficiente para seguir viagem. O comboio continuou, mas o bugre preferiu seguir na retaguarda deles mesmo sofrendo com a coluna de areia feita pelos outros. Faltavam dez minutos para chegar no objetivo.
Começaram a avistar a cidade. Era toda murada de forma improvisada, não seria de grande utilidade para uma guerra, mas tinha a ideia de evitar uma invasão fácil pelos nômades e gangues que dominavam a região desértica. Fizeram contato por rádio, receberam confirmação para entrar, pois sua chegada era aguardada. Pararam na entrada da cidade, saíram dos carros desarmados. Um grupo de trinta guardas saiu e fez revistas, verificou a identidade de Ivan, A, Lee e do corpo. Tudo batia com o pedido e deixaram o grupo entrar, mas os canários junto com Zeh, Tow e Edu teriam que ficar aguardando em outro lugar sob a mira de alguns guardas. Essa proteção que a cidade tomava era cobrada de todos os visitantes, um total de 600 créditos por cabeça, assim o restante do grupo se dirigiu para os laboratórios.
Jonas e Eduardo aguardavam o grupo junto com alguns segurança e empregados. Enquanto faziam a verificação dos equipamentos, os dois com Ivan e Chris ligaram para informar o sr. Osvaldo. O senhor recebeu a ligação com alegria, pois o negócio tinha dado certo, a mercadoria tinha chegado, mas perguntou pela presença do filho. Ivan informou o ocorrido e a tristeza tomou conta do homem, pediu para que cuidassem do corpo, pois alugaria um transporte aéreo para recuperar o corpo. Agradeceu a todos, mas precisava se retirar e conversar com sua esposa e filha.
Chris perguntou a Ivan o que fariam agora. Ivan disse que precisa falar com sr. Osvaldo pessoalmente quando devolvessem o carro com os empregados na sede da empresa. Ivan ainda levou Lee, Fred e Chris para analisar as informações captadas pelo carro sobre as minas próximas àquela fortaleza bizarra.