O grande truque, que a maioria dos bons filmes possui, é o de te trazer para dentro do filme. A sensação de estar dentro de uma história incrível junto de excelentes personagens é algo quase mágico. Isso não é algo fácil de conseguir, é necessário que o público “acredite” no que está sendo projetado, que ele compre a briga do protagonista. Se isso não acontecer, o público irá perder o interesse na história.
Apesar de Truque de Mestre: O Segundo Ato tratar de algo que existe no mundo real, ele peca em tornar o que está em tela em algo crível, ou que pelo menos o expectador se importe com o que está lá. Entenda, quando digo “crível”, significa que ele deve ser coerente ao que universo do próprio filme estabelece – eu não esperaria que o Máskara obedecesse as leis da física, por exemplo.
No longa, os quatro cavaleiros formados por: J.Daniel Atlas (Jesse Eisenberg), Merritt McKinney (Woody Harrelson), Jack Wilder (Dave Franco) e Lola (Lizzy Caplan), que estavam há um ano escondidos, voltam com mais um plano, à la Robin Wood, de desmascarar um magnata que ameaça a privacidade de todos – como se privacidade ainda existisse. Mas eles são passados para trás e agora precisam se reerguer.
O filme possui várias cenas de ação que começam bem divertidas, mas acabam se estendendo além do que é necessário tornando-as massantes, além de acabarem por abusar demasiadamente de efeitos especiais. Não que os efeitos sejam ruins, mas eles chegam num ponto que você não consegue acreditar que as cenas são truques de mágica. O que era para ser mágica acaba se tornando “magia”.
Um ponto positivo do filme é o humor. A adição da personagem Lola (em inglês seu nome é Lula, mas na tradução alteraram para Lola. Posso imaginar o porquê) oferece um bom toque de humor, apesar de um pouco forçado em alguns momentos. Outra adição interessante, mas sub-aproveitada, é o Daniel Radcliffe, ator que interpretou Harry Potter. Aqui ele faz o “vilão” do filme, alguém que é mais voltado pra ciência e tecnologia, mas, infelizmente, o seu personagem é muito ruim e em momento algum te convence como vilão.
O roteiro também não possui nada demais. Não é horrível, possui umas coisas ali e aqui que são interessantes, mas diversas vezes utiliza de soluções extremamente convenientes e em muitos momentos te dá a sensação de “você consegue adivinhar o que vai acontecer a seguir?” sendo que quase sempre é bem simples perceber exatamente o que vai acontecer.
É um filme para assistir sem pensar, apenas para ter um pouco de diversão descontraída. Se você for ao cinema com essa mentalidade poderá curtir bastante o filme, senão terá apenas uma grande decepção.
Nota: 6,5/10 varinhas.