Seguindo a onda de pegar obras clássicas e remodelar para ganhar mais dinheiro para apresentar a um novo público, a Warner resolveu levar, mais uma vez, Tarzan aos cinemas. Agora, mostrando uma parte não muito explorada de sua história. Tarzan não é mais Tarzan, agora ele é Jonh Clayton III, Lorde Greystoke, ele não vive mais na selva africana, mas sim na selva de concreto.


Na Trama, Tarzan, digo, John Clayton, vivido por Alexander Skarsgård, agora é um homem civilizado, a sua lenda é conhecida por todo o mundo. O vilão Leon Rom, interpretado por Christoph Waltz, faz um acordo com uma tribo africana para pegar as pedras preciosas que estes guardam, em troca, ele precisa levar Tarzan ao líder da tribo, este possui problemas pessoais com o protagonista. De volta ao antigo lar, John deverá relembrar o que significa ser Tarzan para salvar a si e a sua esposa Jane (Margot Robbie).

O que é mais civilizado do que levantar o mindinho?

O que é mais civilizado do que levantar o mindinho?

O filme dirigido por David Yates – que também dirigiu os quatro últimos filmes do Harry Potter e o vindouro Animais Fantásticos e Onde Habitam – possui um tom mais sério do qual estamos acostumados, afinal, Tarzan, para mim, é a versão alegre e colorida lançada pela Disney na época em que vídeo cassete ainda era popular. Isso fica bem claro já na primeira cena, ela possui uma tonalidade bem cinza e conta com várias mortes (sem sangue é claro, afinal o filme possui classificação livre).
Apesar desse tom mais sério, ele tenta não ser pesado demais. Para isso, ele usa o personagem George Washington Williams (Samuel L. Jackson) como alivio cômico. Devo dizer o que todo mundo já sabe, o Samuel L. Jackson é muito bom, ele consegue roubar o filme para si e deixar tudo mais leve. Com certeza foi uma grata surpresa, pois pensava que ele teria papel bem pequeno no longa, mas aparece mais que a Jane.
Mesmo possuindo uma cor mais cinza na primeira cena, o filme não é inteiro assim. Muitas cenas na floresta possuem bastante cor que funciona muito bem com a sua belíssima fotografia. Mas, infelizmente, essas cenas ficam um pouco comprometidas pelo CGI, que em alguns momentos são mal feitos e causam um pouco de incômodo. A direção exagera no uso de flashbacks e de close-ups, o que deixa o ritmo bem lento e cansativo em determinados momentos.
O roteiro faz com que a Jane pareça uma personagem feminina forte, independente, que não é apenas uma donzela, algo mais adequado para a atualidade. Aqui ela passou uma grande parte da vida em uma tribo africana, por isso possui um bom conhecimento da selva e dos animais que nela habitam. Também há uma excelente cena quando ela está como prisoneira de Leon Rom em que tenta um fuga bem arriscada – põe enfase no risco. Mesmo assim, a personagem fica um pouco apagada, perdendo importância no ato final.
Já sobre o nosso querido Tarzan, não tenho muito que falar. Ele tá lá, não fede nem cheira. Não chama a atenção por uma atuação ruim, nem por uma boa atuação – a única coisa que talvez eu possa dizer é que, baseado no tanto que ele corre no filme, ele poderia ser interpretado pelo Tom Cruise.

Nota: 8 de 10 Georges Washington.