O desenho e os filmes clássicos das Tartarugas Ninja são bons exemplos de adaptações que conseguiu superar a sua obra original. A maioria das pessoas nem tem conhecimento que Tartarugas Ninjas é inspirado em uma HQ. E mesmo entre os que leram a HQ, poucos tem algum sentimento de nostalgia por tal.
Em 2014, quando foi lançada uma nova adaptação dos quatro irmãos para as telonas, os responsáveis pelo filme pareciam não entender que o público queria algo mais próximo do desenho dos anos 80, que era bem alegre e colorido. Ao invés disso, deram um tom mais sombrio a adaptação, algo mais próximo do que era a obra original. Claro que esse não era o único problema do filme, mas foi algo que incomodou bastante os fãs. A Continuação, As Tartarugas Ninjas: Fora Das Sombras, é uma tentativa de redenção pelo anterior.
Na trama, o Destruidor (Brian Tee) escapa da prisão e forma uma aliança com o Krang (Brad Garrett) para, juntos, dominarem o mundo. Para isso, Destruidor deverá reunir três artefatos que permitirão a abertura de uma fenda dimensional, que possibilitará a vinda do Technodromo, uma arma capaz de aniquilar o mundo.
O longa aposta em três coisas: humor, cenas de ação e fanservice. O seu foco é ser um filme de sessão da tarde, um entretenimento descontraído. E era exatamente isso que eu estava esperando, pude ter uma boa dose de diversão. Mas ele têm alguns problemas que precisam ser mencionados.
Ao dizer problemas nem me refiro ao roteiro, que apesar de ser bem genérico não me incomodou, afinal desliguei meu cérebro no momento em que coloquei o óculos 3D. Um dos problemas se chama Megan Fox – que não tem jeito, todo filme com ela a utiliza como sex appeal, o que já te incomoda nas primeiras cenas do filme. E acredito que isso não vá mudar tão cedo, pelo menos não até ela aprender a atuar. Interessante que esse filme possui um outro ator conhecido por não ser capaz de mudar a expressão facial, o Stephen Amell, que interpreta o arqueiro verde em Arrow e aqui faz Casey Jones. Mas até que a atuação dele não me incomodou, na verdade acho até que ele tem um pouco de carisma. Porém, as adaptações em seu personagem irá incomodar alguns.
Outro ponto a ser comentado é o Destruidor. Ao que parece, eles ouviram as críticas sobre seu visual no primeiro filme e por isso fizeram mudanças que o deixou mais próximo do visual clássico, abandonando completamente a armadura à lá samurai de prata. Mas, não só de aparência vive um personagem. Quase não vemos esse personagem lutando, fazendo bastante falta uma luta séria entre ele e as Tartarugas. Sem contar que, em uma determinada parte do filme, ele comete um vacilo muito grande, do tipo que te faz falar “não destruidor, como você pôde ser tão ingênuo?”.
Esperava um pouco mais de humor e de galhofa, mas não foi um filme ruim, superou o primeiro – o que convenhamos não era um grande desafio.
PS: Rocksteady e Bebop estão excelentes.
Nota: 7 de 10 fatias de pizza