Desde que o mundo é mundo a humanidade se pergunta “Será que estamos sozinhos????”

Com os avanços da tecnologia e das ciências, essa pergunta está ficando cada vez mais próxima de ter uma resposta definitiva.

Você duvida?

Challenge accepted

GIF: Desafio aceito

Não estou nem a…digo, espero que ao final desse texto talvez você mude um pouco de ideia sobre esse assunto.

A nossa busca por vida lá fora a algum tempo já passou de pura especulação e ficção científica para algo realmente fundamentado e embasado em ciência, uma área multidisciplinar que envolve desde a astronomia, até a biologia. Uma das grandes chaves na nossa busca por vida lá fora são as bioassinaturas.

O que são bioassinaturas?

-É a assinatura do professor de biologia.

Pa-dun-tis…tá parei, mas juro que foi com essa que ganhei o concurso de piadas

Imagem: Meme risada

 

Bioassinaturas são sinais que podem indicar a presença de vida em um planeta, lua ou outro corpo celeste. Esses sinais podem ser tanto diretos quanto indiretos e podem incluir uma variedade de características observáveis, como gases atmosféricos, padrões geológicos, cores na superfície e até mesmo assinaturas químicas em rochas.

 

Nazaré pensando

GIF: Nazaré pensando

 

Talvez eu esteja falando grego nesse momento, mas vamos com calma :D Vejamos os tipos de Bioassinaturas, tudo vai começar a fazer sentido, prometo.

  1. Bioassinaturas Atmosféricas: Uma das maneiras mais promissoras de se detectar vida em outros mundos é fazendo a análise da composição de suas atmosferas. Por exemplo, a presença de oxigênio em uma atmosfera planetária pode ser um sinal forte de atividade biológica, uma vez que o oxigênio é altamente reativo e geralmente precisa ser constantemente regenerado por organismos vivos. Outro exemplo muito promissor é a presença de metano na atmosfera de um planeta, lua ou outro corpo celeste. Isso ocorre porque, em certos contextos, a presença de metano na atmosfera pode ser indicativa de atividade biológica. Por exemplo, em planetas como Marte, onde a presença de metano é detectada na atmosfera, pode ser um indício de atividade biológica passada ou presente, já que o metano pode ser produzido por microrganismos.
  2. Bioassinaturas em Superfície: Além das assinaturas atmosféricas, características visíveis na superfície de um planeta ou lua podem indicar a presença de vida. Por exemplo, a detecção de pigmentação incomum pode sugerir a existência de organismos fotossintéticos, semelhantes às plantas aqui na Terra.
  3. Bioassinaturas Químicas: Outra abordagem é procurar por padrões químicos específicos que sejam consistentes com a atividade biológica. Isótopos de elementos como carbono, hidrogênio e nitrogênio podem revelar processos metabólicos associados à vida. Outro exemplo de bioassinatura química é a presença do metano, que também pode ser encontrado em amostras sólidas, seja em rochas, solos ou mesmo em fluidos, decorrente de processos biológicos, como a decomposição de matéria orgânica por microrganismos, ou por processos abióticos, como a serpentinização, que é uma reação geológica que produz metano.

Tecnologias aplicadas à Detecção de Bioassinaturas

A detecção de bioassinaturas requer instrumentação avançada e métodos de análise sofisticados. Aqui estão algumas das tecnologias que estão impulsionando essa busca:

  1. Espectroscopia Avançada: Novos telescópios e instrumentos estão sendo desenvolvidos para analisar a luz proveniente dos exoplanetas em busca de sinais de moléculas orgânicas e compostos associados à vida.

Analisar a luz? – você deve estar se perguntando, eu te digo SIM. Por meio da luz emitida/refletida por um corpo é possível identificar elementos químicos presentes no objeto observado. Cada elemento químico deixa um tipo de “rastro” na luz emitida por um corpo, ao fazer a decomposição de um feixe de luz com um prisma ou uma rede de difração, que separa a luz em seu espectro de cores componentes, é possível identificar esses registros de elementos químicos e assim saber os elementos que estão presentes (ao menos na superfície e/ou atmosfera) no objeto que originou aquela luz.

  1. Missões Espaciais Robóticas: Agências espaciais como a NASA e a ESA estão planejando missões para explorar luas do sistema solar, como Europa e Encélado, que têm oceanos subsuperficiais que poderiam abrigar formas de vida microbiana. Também existe um projeto mais ambicioso o Breakthrough Starshot, que tem por objetivo fazer uma viagem até o sistema estelar Alpha Centauri, a pouco mais de 4 anos luz da Terra, uma de suas propostas é a de fazer um sobrevoo pelo exoplaneta Proxima Centauri b, um exoplaneta de tamanho similar ao nosso e que está dentro da zona habitável de sua estrela hospedeira, Proxima Centauri.
  2. Técnicas de Amostragem Remota: Avanços na robótica e na inteligência artificial estão permitindo o desenvolvimento de sondas espaciais capazes de coletar amostras de superfícies distantes e analisá-las em busca de bioassinaturas. Como a missão OSIRIS-REx da NASA, que em 24 de setembro de 2023 coletou com sucesso amostras do asteroide Bennu, ou a missão japonesa Hayabusa 2, que coletou amostras do asteroide Ryugu

É possível contribuir com a busca por vida no universo, ou apenas astrônomos profissionais podem fazer isso?

Hmmm, e se eu te falar que é possível colaborar até mesmo sem um telescópio?! Isso mesmo, você pode colaborar, basta ter acesso a um céu estrelado e internet. Associações como a AAVSO(Associação Americana de Observadores de Estrelas Variáveis) podem produzir dados muito importantes para a astronomia e a compreensão de possíveis sistemas planetários/estelares, tais dados podem revelar informações sobre sistemas estelares, incluindo a presença de exoplanetas em órbita.

Você pode estar se perguntando o que essa associação de fato faz, eu te explico, ela coleta dados de observações feitas por astrônomos amadores e profissionais, coordena campanhas de observação, e oferece treinamento e educação em astronomia. Em resumo, a AAVSO facilita a pesquisa astronômica e envolve entusiastas em todo o mundo na coleta e análise de dados sobre estrelas que mudam de brilho ao longo do tempo. E um fato curioso, existem estrelas variáveis muito brilhantes no céu noturno, que podem ser monitoradas a olho nu, que tal ajudar na nossa compreensão do universo?!

Mas afinal, o que pode representar a descoberta de vida extraterrestre para a humanidade?

A descoberta de vida além da Terra teria profundas implicações científicas, filosóficas e sociais. Além de responder a uma das perguntas mais antigas da humanidade, isso poderia expandir nossa compreensão da biologia e da evolução, ajudando-nos a entender melhor nosso lugar no cosmos.

Além disso, a descoberta de vida extraterrestre poderia ter implicações práticas, como orientar nossos esforços para colonizar outros planetas ou entender melhor os limites da habitabilidade em ambientes extremos.

Em última análise, a busca por bioassinaturas e vida extraterrestre é uma das aventuras científicas mais emocionantes do século XXI. À medida que continuamos explorando o cosmos e desenvolvendo novas tecnologias, estamos mais próximos do que nunca de responder à pergunta definitiva: estamos sozinhos?