A confirmação da descoberta de um exoplaneta não é algo fácil de ser feito.

Se um determinado exoplaneta é primeiramente identificado através da técnica do trânsito, ele é primeiramente classificado como candidato a exoplaneta.

Esse candidato é então enviado para os maiores observatórios do mundo que fazem campanhas de observação, só depois da observação feita por esses observatórios é que o candidato é confirmado como exoplaneta.

Um pequeno adendo, não é só a técnica de trânsito que existe para se descobrir exoplanetas, ela talvez ganhou notoriedade pelo fato de ser a técnica usada pelo Kepler, e certamente a técnica que mais descobriu exoplanetas até hoje, mas por exemplo, o proxima b foi descoberto com a técnica da velocidade radial.

Quanto maior o exoplaneta, quanto mais distante ele está da sua estrela mãe, o tamanho da estrela, a luminosidade, todos esses são parâmetros que influenciam na observação do trânsito, que embora não pareça é algo complicado de ser feito, mas obviamente não é impossível.

Em 2015 foi descoberto o exoplaneta chamado K2-3d, um exoplaneta do tipo super-Terra localizado na órbita da estrela K2-3, uma estrela anã vermelha do tipo M, que tem cerca da metade da massa e do tamanho do nosso Sol.

Esse exoplaneta é importante pois ele tem um índice de similaridade com a Terra igual a 0.80.

Esse exoplaneta tem 15 vezes a massa da Terra, tem um período orbital de 44.6 dias, está a 0.208 UA da estrela e recebe 1.5 vezes a intensidade de luz que a Terra recebe do Sol.

Todas essas características colocam o K2-3d na borda interna, ou bem no meio da zona habitável da estrela.

O que os astrônomos conseguiram agora foi usar um telescópio em Terra, o telescópio de 1.88 metros do Observatório Astrofísico de Okayama que tem acoplado a ele o instrumento MuSCAT, um sistema de imageamento em múltiplas bandas de frequência do espectro, para observar esse trânsito.

Com essa observação, os astrônomos puderam caracterizar melhor os parâmetros orbitais, e a massa do exoplaneta, algo que é impossível de fazer com as medidas dos telescópios espaciais.

Com esses dados o K2-3d pode ser um belo candidato para num futuro próximo ser estudado com mais detalhe pela nova geração de telescópios, os telescópios de 30 ou mais metros, além de poder ser estudado pelas novas missões espaciais como o TESS e o James Webb.

Com esses estudos futuros será possível definir com precisão a constituição do exoplaneta, sua atmosfera e o tipo de moléculas que constituem. Um estudo muito importante num exoplaneta parecido com a Terra, na zona habitável de sua estrela e que já aguça a imaginação de todos sobre a possiblidade de vida.

Fonte:

http://www.sci-news.com/astronomy/k2-3d-super-earth-transiting-bright-star-04403.html

http://astronomynow.com/2016/11/28/potentially-habitable-super-earth-k2-3d-observed-transiting-parent-star/

http://www.oao.nao.ac.jp/public/research/k2-3d/k2-3d_en/