Um elemento alavanca a ciência e nos faz avançar sempre: epidemia. Num continente que possui boa parte das doenças negligenciadas, a imunização contra o Ebola surge como esperança para a comunidade científica.
A vacina experimental associada com uma forma conhecida, mas pouco usual de imunizar as pessoas, resultou em eficácia de 100% contra o vírus Ebola na África Ocidental.
A estratégia inclui a vacinação de pessoas que tiveram contato com doentes contaminados por Ebola, e também os contatos próximos de pessoas que tiveram esse contato – uma abordagem conhecida como vacinação em anel (ou supressiva).
Este tipo de vacinação foi usado pela primeira vez na década de 1970 para erradicar a varíola e pode ser usada para controle de outras doenças emergentes no mundo como o vírus Zika.
A pesquisa trabalha com uma situação de emergência que muda a maneira de lidar com os doentes. A realização de ensaio clínico randomizado – maneira estatisticamente mais eficaz, em que os infectados são divididos aleatoriamente em dois grupos, em que um recebe a droga que está sendo testada e o outro um comprimido sem efeito (placebo) – é antiética.
A eficácia da vacina, testada em mais de 3.500 pessoas, está entre 75 e 100%, e surpreende devido a rapidez com que foi idealizada e concebida. Estudos futuros poderão mostrar qual é a duração da imunização.
Quem sabe assim eliminamos, como foi com a varíola em 1977, esta doença do planeta!
Quer saber mais sobre epidemias? Ouça o Scicast #129: Epidemias
Fonte: Sciencedaily