Está programado para o dia 8 de setembro próximo o lançamento, a partir da Florida (EUA), de um foguete Atlas V levando a bordo uma sonda espacial: a OSIRIS-Rex. Não será a primeira sonda enviada a um asteroide nem a primeira com a missão de trazer amostras. Em 2010 a sonda japonesa Hayabusa nos trouxe amostras do asteroide Itokawa. O alvo agora é um asteroide rasante denominado Bennu 1999 RQ36.
Asteroide Rasante
Uma asteroide considerado “rasante” é aquele que passa perto da Terra. Temos que lembrar que em astronomia “perto” é relativo. As distâncias no Sistema Solar são medidas em unidades astronômicas que correspondem a distância média entre a Terra e o Sol, algo da ordem de 150 milhões de quilômetros. Desta foram a distância da Terra a Lua, algo em torno de 400 mil quilômetros, é considerada pequena comparada a uma unidade astronômica. Os astrônomos costumam classificar asteroides com órbitas semelhantes em grupos ou famílias. Bennu faz parte da família Apollo. Os asteroides Apollo orbitam entre Marte e Vênus. Estes corpos chegam mais perto do nosso planeta de tempos em tempos.
Órbita Sútil
O asteroide Bennu vai passar razoavelmente perto da Terra oito vezes no período entre 2169 e 2199. A chance de impacto máxima acumulada é inferior a 0.07%. Isso é muito pouco, mas, mesmo assim, sua órbita chama a atenção dos cientistas planetários. Os dados da sonda OSIRIS-Rex sobre a natureza da superfície de Bennu podem esclarecer como o asteroide pode ser afetado pelo efeito Yarkovsky. Este efeito se manifesta por uma aceleração devido a radiação térmica emitida pelo corpo. É algo semelhante ao que acontece com pressão de radiação solar. Dependendo de como a luz solar aquece a sua superfície pode mudar sutilmente a órbita. Para determinar a aceleração de Yarkovsky é preciso saber como o asteroide gira e como a superfície absorve e reflete a luz solar.
Uma viagem de sete anos
A OSIRIS-Rex pode nos trazer informações importantes sobre a natureza química daquele asteroide. Segundo os pesquisadores, Bennu é como uma amostra da matéria vinda do início da formação do Sistema Solar. A previsão é de que a sonda alcance o asteroide em 2019 e retorne com as amostras em 2023.