Surtos e epidemias sempre acompanharam a humanidade, por vezes reduzindo drasticamente a população mundial. Mas se podemos tirar algo “bom” disso é que descobrimos e descrevemos outras complicações que até então não estavam ligadas ao agente causador.
Após surto mundial de Ebola pesquisadores perceberam que alguns pacientes tinham sintomas de acometimento do cérebro mesmo após seis meses da infecção inicial.
Os resultados preliminares serão apresentados na Reunião Anual da Academia Americana de Neurologia em Vancouver, Canadá, de 15 a 21 de abril deste ano. O estudo é parte de um estudo maior que segue pacientes com o vírus Ebola antes e depois da doença.
Apesar do fim do surto ter sido declarado, esses sobreviventes ainda estão lutando com problemas de longo prazo.
Para o trabalho, uma equipe de neurologistas examinou 82 sobreviventes do Ebola na Libéria, com uma idade média de 35 anos. Pelo menos seis meses após o início da sua doença, a maioria dos sobreviventes tinham alguma anomalia neurológica. Os problemas mais comuns foram fraqueza, dor de cabeça, perda de memória, depressão e dor muscular. Duas pessoas cometeram suicídio e uma teve alucinações. Ao serem examinados foram observados movimentos anormais dos olhos, tremores e reflexos anormais.
“É importante para nós saber como o vírus pode continuar a afetar o cérebro a longo prazo”, disse Bowen, coordenador da equipe.
Estas pesquisas nos ajudam a entender melhor como o vírus age no organismo, podendo num futuro melhorar o tratamento e diminuir sequelas a longo prazo.
Teremos uma geração de sequelados após o surto recente?
Fonte: Sciencedaily