As quedas em idosos (65 anos ou mais) representam 1-2% de todas as despesas de saúde em países desenvolvidos. 30% dos idosos que vivem na comunidade e até 60-80% dos idosos com comprometimento cognitivo leve, demência ou doença de Parkinson, sofrem quedas pelo menos uma vez por ano.
Quedas podem causar fraturas importantes, falta de independência, incapacidade, internações em hospitais ou casas de repouso, e morte. Mesmo sem lesões, as quedas geralmente levam ao medo de cair, fazendo com que o idoso evite sair da casa e aumente o risco de depressão, que por sua vez, muitas vezes leva à inatividade, fraqueza dos músculos, desequilíbrio e marcha prejudicada. Mais quedas e mais isolamento social geram um ciclo vicioso difícil de ser resolvido.
Porém, um estudo realizado com 282 participantes de cinco centros clínicos na Bélgica, Israel, Itália, Holanda e Reino Unido mostra um novo aliado no tratamento: a realidade virtual.
Os participantes testados foram divididos em 2 grupos: os designados para treinamento em esteira rolante associado com realidade virtual e outros com esteira sem a realidade virtual. O componente de realidade virtual consistia em uma câmera que capturou o movimento dos pés dos participantes e projetou-o em uma tela na frente da esteira, para que os participantes pudessem “ver” seus pés andando na tela em tempo real (não confunda com óculos de VR). A simulação de jogo foi projetada para reduzir o risco de quedas em idosos, incluindo desafios da vida real, como evitar e superar obstáculos como poças e percursos de navegação.
Durante os seis meses após o treinamento, houve diminuição da incidência de quedas em ambos os grupos, porém esta diminuição foi estatisticamente significativa no grupo de realidade virtual.
A maior melhora foi observada em participantes com doença de Parkinson, e os autores sugerem que isso poderia ser devido a uma série de fatores, incluindo que eles tinham maiores taxas de quedas no início do estudo, e que a realidade virtual foi capaz de ajudar a melhorar as áreas cognitivas e motoras, bem afetadas na doença de Parkinson.
A facilitação do acesso à Realidade Virtual poderá num futuro próximo nos mostrar outros benefícios desta tecnologia.
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Fonte: ScienceDaily