Quase todo mundo conhece ou joga Pokémon GO. E já viu diversas notícias relacionadas ao jogo, mas o que Pokémon GO tem a ver com dengue, zika ou chikungunya?

Pois é… Eu nunca havia pensado nisso, até receber um artigo falando sobre Pokémon GO e a transmissão de doenças por mosquitos (Brigada Danilo!).
Pokémon GO é baseado na interação entre o real e o virtual, via app de Smartphone, e tem como objetivo capturar o Pokémon em lugares reais, como praças, parques, etc. Sendo assim as pessoas passam mais tempo ao ar livre, caminhando e se reunindo em pokestores, pokestops e ginásios Pokémon.


Trazendo benefícios, tais como aumento de atividade física e redução dos níveis de obesidade e depressão. Por outro lado, fez com que as pessoas ficassem mais expostas às doenças sazonais transmitidas por mosquitos, já que atividades próximas aos habitats destes aumenta o risco de exposição a diversos vírus transmitidos pelas picadas.

Relação entre tweets, com hashtag pokemongo e os horários das postagens, em destaque os períodos de atividade de três espécies de mosquitos que se alimentam de sangue.

O período de atividade é importante, pois variam de acordo com a espécie do mosquito vetor. As informações sobre as atividades ao ar livre, ligadas ao jogo, forma coletadas através de posts do twitter, “#pokemongo”, já que muitos são acompanhados da data, hora e localização dos Smartfones. Cruzando estas informações com a hashtag pokemongo, os pesquisadores conseguiram identificar o aumento de picadas e horários de atividade de Aedes sp, Culex sp e Both sp.

Dessa forma, o possível aumento de contato entre os mosquitos vetores e humanos, pode aumentar a transmissão de doenças tropicais nos Estados Unidos América (EUA), tais como dengue, zika e chikungunya. E ao sobrepor a localização das pokestops e dos ginásios Pokémon e áreas de ocorrência das espécies, estas se localizam próximas a parques e residências, aumentando a chances de picadas e de transmissão de doenças por mosquitos.

Por isso jogadores devem tomar precauções para reduzir a exposição aos vírus. Já que o maior tempo ao ar livre aumenta a exposição aos mosquitos transmissores e não necessariamente às doenças, uma vez que a maioria das infecções são assintomáticas, sendo problemáticas em grupos específicos, principalmente, vírus La Crosse e do Oeste do Nilo, causador da febre do Nilo, que podem causar problemas neurológicos em crianças e idosos.

Apesar das atividades ligadas ao jogo aumentarem a exposição das pessoas às doenças, isso não indica que ele será um fator de aumento de incidência tão ou mais impactante do que outros fatores, e os cuidados são os mesmos, uso de calça comprida e blusa/camisa de manga longa e repelente.

Fonte: Plos Current Outbreak