No início de 2016, dois astrônomos do Instituto de Tecnologia da Califórnia, Michael Brown e Konstantin Batygin, afirmaram que há um nono planeta escondido no Sistema Solar. O planeta foi chamado provisoriamente de Planeta 9 e estaria numa região distante do Sol, além da órbita de Netuno.

A presença deste objeto explicaria a inclinação e excentricidade das órbitas de objetos transnetunianos e porque alguns desses objetos orbitam na direção contrária.

Os modelos previstos por Brown e Batygin estimam que o “Planeta 9” possui 10 vezes a massa da Terra e orbita o Sol numa distância média de 200 UA, numa órbita que dura entre 10.000 e 20.000 anos.

O Planeta 9 teria se formado numa órbita mais interna e foi ejetado após encontros com Júpiter ou Saturno. A sua órbita pode ter sido alterada ainda durante o nascimento do Sistema Solar, influenciada por outra estrela da mesma nuvem molecular que formou o Sol.

Outra hipótese é que ele seja um planeta de outro sistema, que numa aproximação, foi capturado pela gravidade do Sol.

Após dois anos de busca, o Planeta 9 ainda não foi observado diretamente, mas em 14 de maio um grupo de astrônomos publicou uma nova evidência para a existência de um nono planeta. O trabalho é uma análise na órbita de um dos objetos transnetuniano, chamado 2015 BP519, que tem uma inclinação de 54°, praticamente perpendicular ao plano dos outros planetas do Sistema Solar.

Se esse objeto tiver sido formado no plano do Sistema Solar, como é esperado, a evolução da sua órbita não é completamente explicada apenas com as interações com os planetas gigantes conhecidos. Quando os pesquisadores adicionaram outro planeta às simulações, o objeto atingiu uma órbita estável com a inclinação observada.

A maioria das simulações indica que, quando o Planeta 9 está na parte da órbita mais próxima do Sol, ele é brilhante o suficiente para ser avistado. Por isso, provavelmente ele está na parte mais distante da órbita, onde ele se move mais devagar e passa a maior parte do tempo, tão escuro quanto as luas de Plutão.

Outra possibilidade é que o Planeta 9 esteja numa região de sua órbita que passa pelo plano do disco da Via Láctea, onde a luz das estrelas distantes o esconderia, tornando praticamente impossível o seu avistamento.

Independente de existir ou não, as descobertas que estão sendo feitas na busca pelo Planeta 9 estão revelando mais da história do nosso Sistema Solar, sua formação e os eventos que o transformaram no conjunto de planetas que vemos hoje.

Referências

Discovery and Dynamical Analysis of an Extreme Trans-Neptunian Object with a High Orbital Inclination. Artigo sobre análise da órbita do 2015 BP519.

http://www.findplanetnine.com/

https://solarsystem.nasa.gov/planets/hypothetical-planet-x/in-depth/

https://phys.org/news/2018-05-evidence-planet.html

https://www.quantamagazine.org/a-new-worlds-extraordinary-orbit-points-to-planet-nine-20180515/

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