No último vídeo sobre buracos negros eu disse que tem muita gente que não acredita nos buracos, e isso é verdade, por um lado até é fácil de entender, pois não podemos observá-los diretamente.

Porém, a cada dia que passa, as evidências que eles existem se tornam mais e mais fortes.

Uma dessas evidências é o fato de se poder observar os buracos negros supermassivos no centro das galáxias, literalmente devorando estrelas que passam perto.

Esse fenômeno, tem um nome muito mais bonito, é chamado pelos astrônomos de “ruptura estelar por força de maré”.

Esse fenômeno lança uma enorme quantidade de energia, iluminando toda uma região ao redor. Embora uma dezena desses fenômenos já tenham sido observados, esse fenômeno ainda não era bem entendido em detalhes.

Uma maneira de se entender melhor esse fenômeno é observar os ecos de luz infravermelha quando esse fenômeno acontece, assim ao medir a energia da flare gerada durante o processo os astrônomos poderão caracterizar melhor o efeito dos buracos negros na matéria ao redor.

Para observar esses ecos os astrônomos usaram recentemente o WISE, que é capaz de observar no comprimento de onda do infravermelho.

Assim, foi possível observar o aquecimento da poeira ao redor do buraco negro devido as flares emanadas durante o processo da ruptura estelar.

Através de uma técnica chamada de foto-reverberaçõa, ou ecos de luz, os astrônomos conseguiram medir o tempo de atraso entre a flare original no comprimento de ondas da luz visível e a variação subsequente no infravermelho.

Esse tempo de atraso é usado para determinar a distância entre o buraco negro e a poeira superaquecida.

Foram estudados 5 possíveis casos, e o eco foi idnetificado em três deles, onde os astrônomos puderam medir a localização da poeira que circula o buraco negro no centro de uma galáxia.

O estudo confirmou que a poeira está ali, e que se pôde determinar a quantidade de energia gerada na destruição da estrela.

O buraco negro está destruindo tudo que existe entre ele e sua concha de poeira, como se estivesse fazendo uma faxina em casa.

Essa é mais uma evidência que se soma a todas as outras já existentes que constatam que os buracos negros não só são reais, mas que embora invisíveis podem sim ser estudados em detalhe.

Fonte:

http://astronomynow.com/2016/09/17/light-echoes-reveal-supermassive-black-holes-eating-stars/

Artigo:

http://arxiv.org/pdf/1605.04304.pdf