Uma das feições mais intrigantes da Lua é o chamado Mare Orientale, uma gigantesca estrutura em forma de bacia e que tem uma característica interessante com seus anéis concêntricos.
Essa bacia possui 930 km de largura, fica localizada no limbo sudoeste da Lua e só pode ser observada da Terra em períodos de libração favorável.
Consiste de 3 anéis concêntricos, e até hoje não se tinha uma explicação sobre como ela se formou.
Mas graças a já extinta missão GRAIL, que passou duas vezes sobre o Mare Orientale, estudando o campo de gravidade local, hoje temos uma noção sobre sua estrutura em subsuperfície e consequentemente é possível se ter uma ideia de como ela se formou.
A missão GRAIL em si, fez algo parecido como um raio-X nessa região revelando a estrutura dessa bela bacia.
De acordo com os dados e com os modelos computacionais construídos pelos pesquisadores, a bacia foi criada pelo impacto de um objeto com 65 km de diâmetro que se chocou com a superfície a uma velocidade de 14 km/s, escavando 1.3 milhão de quilômetros cúbicos de rochas da crosta lunar.
À medida que esse material derretido da crosta caia novamente na superfície após o impacto, a rocha derretida fluía até se resfriar e assim se formaram os dois anéis mais externos da bacia.
O anel mais interno se formou quando o material da superfície no centro do impacto caiu novamente formando um pico central, instável que desabou e fluiu, resfriando posteriormente e formando o anel mais interno da bacia.
Esse foi um processo muito intenso, os desfiladeiros com quilômetros de altura e o anel central se formaram minutos depois do impacto inicial.
Imagina você ali do lado vendo tudo isso? Por isso que a astronomia, integrada com a geofísica é fascinante, ela pode te contar a história de eventos catastróficos, intensos e que você nem faz ideia que um dia aconteceu.