Você já olhou pro céu a noite e viu com certeza que existem regiões onde se tem mais estrelas, existem trajetórias que os planetas percorrem, regiões menos povoadas de estrelas e assim por diante, correto?
Pois bem, esse efeito, essa heterogeneidade na distribuição dos astros, de acordo com os cosmologistas é algo local, isso quer dizer que se olharmos o universo na sua grande escala, ele é praticamente uniforme e homogêneo.
Na verdade todos os cálculos feitos com relação à expansão do universo, por exemplo, começam com essa premissa, de que ele é uniforme nas grandes escalas, ou seja, é praticamente o mesmo não importa na direção que você olhe.
Se por acaso isso não for verdade, tudo que foi calculado até hoje estaria, simplesmente errado.
Para tentar tranquilizar quem trabalha com o universo na sua grande escala um grupo de cientistas do Imperial College de Londres, submeteu essa premissa ao seu teste mais rigoroso e descobriu que existe 1 chance em 120000 de que o universo não seja o mesmo em todas as direções.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores analisaram a radiação cósmica de fundo, a luz mais antiga do universo, com os dados obtidos pela missão Planck da ESA entre os anos de 2009 e 2013.
Os cientistas então começaram a testar diferentes configurações para o universo, ele rodando, se expandindo de forma diferente em diferentes direções e vários outros cenários, esses universos simulados eram então confrontados com os dados obtidos pelo Planck.
E os resultados mostraram que nenhum desses universos alternativos se encaixava nos dados adquiridos, mostrando assim que o universo é o mesmo, não importa na direção que você olhe.
Isso é muito importante, pois é o teste mais rigoroso até hoje de uma das premissas fundamentais onde todos os cálculos cosmológicos são baseados, se isso não estivesse correto, tudo teria que ser refeito.
Embora nunca possamos eliminar uma pequena probabilidade de que o universo não seja uniforme, por enquanto o que vale é o uniformidade do universo em que vivemos, e a cosmologia está salva.
Fonte:
http://phys.org/news/2016-09-scientists-universe.html
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