A sonda MESSENGER continua rendendo muitas descobertas interessantes sobre Mercúrio.

E isso é o que é legal das missões espaciais, elas recolhem tantos dados, tantas informações sobre o objeto que foi estudado, que mesmo depois que a missão termina, os pesquisadores ainda passam anos e mais anos analisando e descobrindo coisas escondidas nos dados.

Dessa vez, usando imagens estereográficas de Mercúrio obtidas pela MESSENGER, os cientistas descobriram um vasto vale, com mais de 1000 km de extensão, 400 km de largura e 3 km de profundidade, no interior da Bacia Rembrandt.

Esse vale, só para se ter uma comparação, é menor do que o Valles Marineris em Marte, mas é maior que o Grand Canyon e mais profundo do que o Vale do Great Rift no leste da África.

A diferença marcante está na origem do vale, na Terra, o vale do Great Rift , por exemplo foi formado pela movimentação das placas tectônicas, já em MErcúrio o vale foi formado pela contração global do planeta.

O vale em Mercúrio é delimitado por duas grandes falhas que se formaram à medida que o interior de Mercúrio esfriou e as rochas da crostas tiveram que se acomodar, essa acomodação aconteceu ao longo das linhas de falhas.

Como a elevação do assoalho do vale está abaixo do terreno ao redor, isso sugere que outro processo além dos falhamentos, trabalhou ali.

A explicação mais provável é que o grande vale de Mercúrio é a resposta da parte mais externa da crosta do planeta à contração global de Mercúrio.

Mercúrio possui uma placa só, o resfriamento do planeta fez com que a crosta externa se contraísse e dobrasse, assim as rochas da crosta foram soerguidas, enquanto que o assoalho do vale emergente fluiu para baixo.

Na Terra podemos encontrar exemplos parecidos tanto nas placas continentais como nas placas oceânicas, mas essa pode ser a primeira evidência desse tipo de processo geológico em Mercúrio.

Fonte:

http://www.nasa.gov/feature/great-valley-found-on-mercury