Como vocês sabem, as galáxias são “seres” bem sociais, elas não gostam de andar sozinhas no universo, e normalmente formam grupos com centenas e as vezes milhares de galáxias, grupos esses que são conhecidos como Aglomerados de Galáxias. Hoje, vamos visitar um desses aglomerados e conhecer alguns de seus principais membros, estamos falando do Aglomerado da Fornalha.

Esse aglomerado se encontra a uma distância aproximada de 65 milhões de anos-luz de distância da Terra e possui cerca de 60 galáxias grandes e outras 60 galáxias anãs. Esse é um aglomerado típico do universo, sem ter uma forma bem definida, sem sabermos onde começa e onde acaba, mas que mostra de forma clara, o poder que a gravidade exerce sobre seus membros.

Para começar nosso passeio pelo Aglomerado da Fornalha, vamos conhecer a galáxia NGC 1399, essa é uma galáxia conhecida como cD, ou seja, uma galáxia canibal, que é formada pela fusão de outras galáxias, é maior que uma galáxia elíptica tradicional e apresenta um envelope extenso e tênue.

Essa galáxia apresenta as evidências de seu canibalismo, onde num artigo recém-publicado foi possível estudar a ponte de luz entre ela e a NGC 1387. Normalmente nos aglomerados de galáxias a fusão entre seus membros é algo comum. No Aglomerado da Fornalha, não temos muitas evidências de fusões, mas essa ponte de luz é sim uma forte evidência de que a NGC 1399 continua se alimentando de suas galáxias vizinhas.

Talvez a galáxia que mais chame atenção nessa nova imagem publicada pelo ESO é a NGC 1365, classificada como sendo uma galáxia espiral barrada, e ela é um belo exemplo desse tipo de galáxias, pois, pode-se ver claramente a barra passando pela região central. Essa galáxia foi classificada como sendo uma galáxia Seyfert, ou seja, que possui um buraco negro ativo e brilhante em seu núcleo, o que também é algo comum de se encontrar em aglomerados de galáxias.

Essas novas imagens que usamos para esse breve passeio pelo Aglomerado da Fornalha foram feitas pelo VST que é o Telescópio de Pesquisa do VLT e fica no Observatório do Paranal. Ele é equipado com uma câmera chamada de OmegaCAM com 256 megapixels que é muito rápida e faz imagens do céu profundo com um bom campo de visão. Enquanto o VST trabalha fazendo essas imagens mais gerais, o VLT trabalha mais especificamente, detalhando os objetos.

Fonte:

http://www.eso.org/public/brazil/news/eso1612/

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