Há diversos filmes em que o plot principal é um asteroide cuja trajetória ameaça a vida terrestre. Afinal de contas, acredita-se até mesmo que já tenha acontecido com os dinossauros, então não seria tão improvável que ocorresse novamente e, por enquanto, não haveria muito que pudéssemos fazer além de colocar sacos de papel na cabeça. Mas, pensado em uma escala menor, meteoros não fazem muito parte dos medos que possuímos no dia a dia. Não estamos muito preocupados em voltarmos para casa e descobrir que a sua cozinha virou uma cratera.

Mesmo a Terra sendo constantemente bombardeada por corpos celestes, apenas uma parte deles chegam a atingir o solo, uma parte menor ainda chega a atingir uma área habitada – temos que lembrar que uma grande parte da superfície do nosso planeta está coberta por água. Mas, se tratando de missões lunares, este é um risco a ser levado a sério pelos cientistas.

Na Lua não há uma atmosfera, ou seja, os meteoritos não queimam durante sua queda como fazem aqui na Terra. Por esse motivo a superfície lunar é muito mais vulnerável a impactos cósmicos, o que é facilmente observado pela quantidade de crateras que ela possui – são tantas que até as suas crateras possuem crateras.

clavius_crater_4136_h1

Cratera Clavius, uma das maiores da Lua, da qual facilmente pode-se observar suas crateras internas, e até mesmo as crateras dentro das crateras dentro das crateras

Um novo estudo mostrou que novas crateras têm aparecido com uma frequência maior que a prevista. Isso levanta preocupações, missões lunares futuras podem enfrentar um risco maior de serem atingidas.

Mapa com a localização das novas crateras.

Mapa com a localização das novas crateras.

O estudo foi realizado analisando-se mais de 14.000 pares de fotos antes e depois. Estas imagens cobrem cerca de 6,6 por cento da superfície lunar – algo em torno de 1,5 milhão de quilômetros quadrados – e possuem um intervalo de tempo entre as observações que vai de 176 à 1241 dias terrestres.

speyerer-nature-temporalpairanimation

Esta animação usa uma foto e uma depois para mostrar o surgimento de uma cratera de 12 metros

Os pesquisadores descobriram que 222 novas crateras surgiram após as primeiras imagens, o que é 33% a mais do que era esperado segundo os modelos atuais. Foi descoberto também amplas zonas de impactos secundários em volta das novas crateras.

Por exemplo, em 17 de março de 2013 foi encontrada uma cratera de impacto de 18 metros e que produziu mais de 250 de impactos secundários, dos quais, alguns estavam a até 30 km de distância do impacto principal. Com certeza não é o lugar mais agradável de se ter uma casa de veraneio.

Fonte

Space