Faz aproximadamente 25 anos que a cor Rosa Choque vem sendo bastante “popular” em alguns centros de pesquisa da NASA. Mas isso nada tem a ver com a proporção entre homens e mulheres em tais centros, menos ainda com a sexualidade deles. Mas sim porque, graças a ela, temos aperfeiçoado cada vez mais a aerodinâmica de foguetes e de aeronaves. Melhorando a performance e o consumo de combustível. Vejamos como.
Obviamente não se trata de uma tinta qualquer – afinal uma tinta cor rosa choque não pode ser chamada de tinta qualquer – se trata de uma sensível a pressão (Pressure-Sensitive Paint – PSP). É aplicada uma fina camada da tinta no modelo a ser testado. O modelo é colocado então em um túnel de vento que possui uma série de LEDs azuis. As áreas que estão sofrendo uma pressão maior brilharão menos. Enquanto que as áreas que sofrem menos pressão, como você já deve ter imaginado, terão um brilho maior.
A tinta PSP tem sido uma grande ferramenta no desenvolvimento de novos designes. Com ela é bastante simples observar o quanto de carga cada parte do modelo está recebendo, o que facilita muito a coleta de dados.
Talvez você tenha ficado curioso. Por que a diferença de pressão leva a uma diferença de brilho? É bastante simples. A PSP possui moléculas conhecidas como luminóforos, isto é, moléculas que, ao serem expostas a radiação, produzem fluorescência. Por isso o túnel de vento é equipado com LEDs azuis. Pois estes excitarão a tinta, levando-a a produzir um brilho bem forte.
Ao mesmo tempo, pela natureza química da tinta, o oxigênio extingue os luminóforos. Áreas de alta pressão possuem uma concentração maior de oxigênio. Por isso a tinta brilhará menos nessas áreas, enquanto que as partes que sofrem menos pressão brilharão mais.
O experimento é filmado em preto e branco. A intensidade dos tons de cinza são convertidas para escala de cor que indica os níveis de pressão.
A NASA possui um vídeo explicativo. Mas vou alertando que é um pouco confuso.
Atualmente a NASA vem tentando tornar a tinta PSP mais eficiente. Roozeboom, um engenheiro da NASA, (não sei se um engenheiro de foguetes que possui a palavra “boom” no nome inspira muita confiança) diz que é necessário aperfeiçoá-la de forma que os luminóforos se excitem mais rápido e que sejam menos sensíveis à temperatura.
Mas algo é quase certo que não mudará. Ela continuará tendo essa maravilhosa cor rosa.
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