A Lua é o Manto da Proto-Terra - Space Today Ep.433

Fiz um vídeo que mostrou que um choque da Terra com um objeto do tamanho de Mercúrio seria o responsável por fazer os elementos voláteis essenciais a vida terem migrado para o manto e para a crosta da Terra, saindo do núcleo do nosso planeta.

Muita gente começou a comentar sobre a origem da Lua, que foi algo parecido, e isso é verdade, nesse vídeo vamos falar um pouco sobre a origem da Lua, talvez um dos temas que gere mais debate na astronomia.

Eu já fiz um vídeo explicando um pouco sobre a origem da Lua com base numa pesquisa defendendo a teoria do choque com Theia, um proto planeta que existia por aqui a bilhões de anos atrás.

Essa teoria embora seja a melhor até o momento ainda restam dúvidas sobre como foi esse impacto. Até então a análise era feita somente comparando os isótopos de oxigênio, mas os cientistas sabiam desde o início que o elemento decisivo seria o potássio.

Porém, a ciência sempre evolui e a tecnologia também, e só recentemente é que se pôde detectar as diferenças na segregação de isótopos de potássio entre a Terra e a Lua. E nós vamos tentar entender porque esse elementos a muito tempo em silêncio nas análises está se tornando decisivo agora.

Para saber como, é preciso antes lembrar quais são as duas teorias mais aceitas sobre a formação da Lua.

Na primeira, um impacto de baixo energia, fez com que a proto-Terra e a Lua ficassem envolvidas numa atmosfera de silicatos que depois se agregou formando a Lua.

Na outra, um impacto muito violento, literalmente vaporizou todo o corpo que se chocou com a proto-Terra, e boa parte da proto-Terra se expandiu como um disco de superfluido enorme, com um tamanho equivalente a 500 vezes o tamanho atual da Terra, e a partir desse superfluido, a Lua se formou.

E então, qual é a certa, pelo menos por enquanto?

Para responder isso, um grupo de pesquisadores estudou amostras lunares trazidas da Lua pelos astronautas com rochas representativas do manto terrestre.

Com a tecnologia atual conseguiram comparar a razão de isótopos de potássio nas duas amostras.

E assim eles descobriram que as rochas lunares foram enriquecidas com um isótopo mais pesado do potássio, o chamado potássio-41.

A conclusão do estudo é a seguinte, se a Lua tivesse se formado a partir da atmosfera de silicatos, suas rochas deveriam conter menos do isótopo pesado se comparado com as rochas da Terra. Ou seja, os resultados não confirmaram o primeiro modelo de formação da Lua.

Por outro lado, se a Lua se formasse a partir do proto-manto da Terra que se transformou no superfluido depois do impacto as rochas lunares teriam mais isótopos do potássio pesado do que as rochas da Terra, e bingo, foi exatamente isso que o estudo provou, mostrando que até o momento, o modelo mais aceito para a formação da Lua é a partir do proto-manto da Terra.

Silenciado e guardado por bilhões de anos, os isótopos de potássio finalmente conseguiram ser estudados em detalhe, separados e agora estão nos mostrando como o nosso satélite único e preferido se formou.

Fontes:

https://www.sciencedaily.com/releases/2016/09/160912112021.htm

http://www.sci-news.com/geology/moon-proto-earths-mantle-04182.html

Agradecimento aos Patrões:

Marcelo Parraga, Wilson Teixeira, Afonso Mendonça, Marcos Silveira, Rafael dos Santos Rodrigues, Gilmar Colombo, Artur Mendonça, André Machado, Gisele Guedes, Otávio Pereira de Almeida, Gustavo Pezzio Casagrande, Yuri Cardoso, José Nazareno Lima Barbosa, Eurides, Nicolas Silva Gomes, Caio Vinícius Silva Marques, Rosivelto Pimentel, Régis Araújo, Diego Magalhães do Nascimento, Fábio Campozana Carreiro, Marcelo Garcia, Renato Araújo, João Vitor Prado, Thiago Nunes, Marcos Annibale

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