Como eu falei no último vídeo sobre buracos negros, a dificuldade de observá-los diretamente cria ao seu redor um ar de mistério e de algo que possa não existir, mas os cientistas estão trabalhando arduamente para entender o efeito dos buracos negros.
Uma maneira de entender os seus efeitos, é saber exatamente onde está localizado determinado buraco negro.
Uma forma de se saber quase que exatamente onde está um determinado é estudar os jatos que alguns buracos negros supermassivos localizados no centro de algumas galáxias emitem.
Tudo bem, observar esses jatos também não é uma tarefa fácil, mas observar algumas características desses jatos, como os campos magnéticos por eles gerados ajuda a saber a exata posição do buraco negro no centro da galáxia.
Pensando nisso, um grupo de astrônomos elegeu uma galáxia para ser estudada, a NGC 1052, localizada a 60 milhões de anos-luz de distância da Terra na constelação de Cetus.
Essa é uma galáxia ativa que possui no seu centro um buraco negro supermassivo.
OS astrônomos utilizaram uma técnica chamada de interferometria de base longa, onde são usados rádio-telescópios espalhados em alguns lugares do planeta Terra, para investigar os jatos desse buraco negro, jatos que são relativamente pequenos e compactos.
Mas a grande resolução conseguida com a interferometria que utilizou instrumentos localizados na Europa, nos EUA e na Ásia foi capaz de determinar com precisão o ponto de onde os jatos surgiam, indicando assim a posição específica do buraco negro da NGC 1052.
De acordo com os pesquisadores, o buraco negro da NGC 1052, é hoje o segundo mais bem conhecido, perdendo apenas para o buraco negro da Via Láctea e ganhando até do buraco negro da M87. Isso é importante pois em breve o ALMA começará a fazer parte dessa rede de instrumentos, e a NGC 1052, assumiu a primeira posição nas galáxias que serão estudadas em detalhe.
Esse tipo de trabalho é de suma importância, com ele é possível tentar resolver o grande mistério sobre como esses jatos relativísticos são formados, jatos esses que são observados em muitas galáxias, além de permitir com que os astrofísicos possam entender cada vez mais a dinâmica e a física dos buracos negros, além, é claro de apontar a posição correta dos buracos negros nas galáxias.
Fonte:
http://www.mpifr-bonn.mpg.de/pressreleases/2016/10
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