Uma lua coberta de enxofre, girando ao redor de um planeta gigante gasoso que mais parece uma pizza estragada. Um lugar repleto de vulcões em frequente atividade. Um ambiente hostil e banhado por grande quantidade de radiação. Parece algum mundo distante e selvagem, no outro lado da Galáxia, mas não é. Trata-se de Io, bem aqui nas redondezas, uma das maiores luas de Júpiter e o astro com vulcanismo mais ativo do Sistema Solar.

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Várias erupções vistas do espaço nas bordas do disco de Io.

Júpiter tem 67 satélites conhecidos até o momento. Destas luas, quatro são tão grandes que foram vistas pelo primeiro telescópio astronômico que se tem notícias feito por Galileu Galileo em 1609. Io é terceiro em tamanho, medindo uns 3660 km de diâmetro. Este astro deixa um rasto de vapor de sódio em seu movimento ao redor de Júpiter; isto é conhecido desde 1974. Naquela época já se identificara uma tênue atmosfera no satélite. Hoje sabemos que é consequência do intenso vulcanismo daquela lua. Foi só em 1979 que a sonda Voyager 1 identificou os primeiros vulcões ativos fora da Terra em fotos de Io. A Voyager 2 passou por Io em 1981, a Ulysses em 1992 e a Galileu em 1999. Vários dados da pequena lua joviana foram obtidas por cada uma destas sondas.

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Detalhes dos derramamentos de lava em diversas caldeiras vulcânicas de Io.

O satélite já foi representado em filmes de ficção científica como Outland, Comando Titânio (1981) e 2010, O Ano que Faremos Contato (1984). Neste último, a nave Discovery abandonada em órbita de Io é encontrada recoberta de pó de enxofre.

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Imagens recentes correlacionando grandes erupções registradas ao longo do tempo.

Recentemente pesquisadores da NASA acompanharam gigantescas erupções em Io. Eles notaram que grande atividade vulcânica em uma caldeira produz atividade em outra, às vezes, bem distante. Eles chegaram à conclusão que os vulcões de Io parecem conectados de alguma forma. Ao que tudo indica o vulcanismo de Io é muito diferente do vulcanismo terrestre.