Quem não lembra da época onde uma caixa de papelão se transformava em uma nave espacial, uma toalha virava uma capa, um simples graveto era uma varinha mágica e um travesseiro te protegia do perigoso, e temido, chão de lava? Ah! Bons tempos não é mesmo? Não tínhamos preocupações e nem nos importávamos com o que os outros pensavam. Nossa imaginação ganhava asas e graças ao nosso espírito de criança, tudo, tudo mesmo, era mais simples e fácil.
Éramos mestres em imaginar situações, problemas e soluções para nossas brincadeiras. Mesmo ainda mais novos já fazíamos isto. A criança, com menos de cinco anos, geralmente brinca sozinha. Essa idade pode variar de pessoa para pessoa. Algumas tendem a buscar uma socialização um pouco antes ou um pouco depois dos cinco anos de idade. Logo após, vem aquela época mais lembrada por nós, onde o chão é o gramado e as paredes são as traves.
Segundo Claudia Flor de Souza (Em seu artigo: A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR E DO APRENDER DAS CRIANÇAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL): “A brincadeira tem uma enorme função social, desenvolve o lado intelectual e principalmente cria oportunidades para a criança elaborar e vivenciar situações emocionais e conflitos sentidos no dia a dia de toda criança”.
Ou seja, a criança imagina situações e cria emoções, que a fazem estar mais bem preparada para o convívio social, que futuramente exercerá. E, como sabemos, essas brincadeiras são acompanhadas de “[…] prazer e satisfação. É a falta desse prazer ou dessa satisfação que pode acarretar na criança alguns distúrbios de comportamento”, complementa a professora Claudia Flor.
Porém, muitos pais acham que brincar é, apenas, um momento de descontração da criança. Assim, tolhem as brincadeiras e fazem delas “Mini Adultos”. Pondo os filhos em grades extracurriculares que roubam todo o tempo do brincar.
A criança não pode ser vetada destes momentos, pois é ali onde sua capacidade motora, intelectual e social está sendo desenvolvida. Esta parte crucial da nossa vida, nos dá a chance de aprendermos com os próprios erros e potencializar nossos sentidos e imaginação. As faltas destes momentos trazem “problemas” de convívio social, como a timidez ou reclusão do indivíduo desta imensa esfera social, incapacitando-o de ser um adulto preparado para os possíveis e iminentes choques desta fase, onde nossa “vida” está em jogo.
Então fica a dica: o adulto bem preparado, com certeza, já perdeu o “tampão” do dedão do pé várias vezes.