Eta Carinae, uma das estrelas mais conhecidas do nosso universo próximo, uma das estrelas mais estudadas e uma estrela que tem uma forte relação com nós brasileiros, já que foi o grande Augusto Damineli Neto, astrônomo do IAG na USP que previu o seu apagamento e que propôs o modelo binário para essa estrela.
O sistema binário de Eta Carinae é colossal, são duas estrelas massivas que se orbitam e é muito ativo criando ventos estelares com velocidades de até 10 milhões de km/h. A região onde esses ventos colidem é muito turbulenta e não tinha sido estudada até agora.
Eu já falei num vídeo aqui no canal sobre as explosões de Eta Carinae, as vezes que ela explodiu e que muitos esperam que ela sofram uma nova explosão em breve.
A maior explosão foi a Grande Erupção de 1830 que criou a chamada Nebulosa do Homúnculo, que vemos atualmente quando observamos o sistema.
Uma equipe internacional de astrônomos com a participação de brasileiros, incluindo o Damineli, usaram o que temos de mais moderno hoje que o VLTI. o interferômetro do VLT para fazer imagens detalhadas da estrela de Eta Carinae.
O objetivo foi estudar a região onde os ventos provenientes das duas estrelas se encontram.
E com as imagens de alta resolução do VLTI, os astrônomos descobriram que na região onde os ventos colidem existe uma estrutura em forma de ventoinha, bem incomum e que era inesperada de ser encontrada pelos astrônomos.
Além disso, medidas espectroscópicas foram feitas e se pôde medir a velocidade dos ventos e com isso foi possível criar modelos mais precisos da estrutura interna desse sistema, o que vai ajudar os astrônomos a entender mais sobre o comportamento de estrelas tão massivas como a Eta Carinae.
Os astrônomos esperam agora novos instrumentos chegarem ao VLTI para que eles possam continuar com as observações, porém em outros comprimentos e onda, para então se derivar propriedades físicas e entender mais ainda sobre os processos que acontecem com essas estrelas.
Fonte:
http://www.eso.org/public/brazil/news/eso1637/
Artigo:
http://www.eso.org/public/archives/releases/sciencepapers/eso1637/eso1637a.pdf