Vocês lembram que a algum tempo atrás eu trouxe aqui a imagem que o Hubble fez da galáxia mais distante do universo?
Pois bem, agora, astrônomos, usando o Observatório Keck, registraram a galáxia mais apagada do início do universo.
Para descobrir e fazer imagens dessa galáxia, os astrônomos usaram o instrumento DEIMOS, acoplado ao telescópio Keck II, de 10 metros de diâmetro, e um efeito natural, conhecido como lente gravitacional.
Esse efeito de lente gravitacional, foi previsto pela teoria da relatividade de Einstein, e diz que, um objeto distante é ampliado pela gravidade de outro objeto que esteja entre o observador e ele.
Nesse caso, a galáxia detectada estava atrás do aglomerado de galáxias MACS 2129.4-0741, que é massivo o suficiente para criar 3 imagens da galáxia.
O Keck II é o melhor telescópio do mundo para esse tipo de pesquisa, mas foi só graças ao efeito de lente gravitacional que foi possível identificar a galáxia.
A galáxia foi ampliada por um fator de 11, 5 e 2 vezes e graças ao instrumento DEIMOS que consegue registrar o espectro de objetos apagados e distantes, os astrônomos puderam confirmar que era a mesma galáxia e que estava sendo ampliada pela lente gravitacional.
Alguns pontos interessantes dessa descoberta. A galáxia além de ser apagada, é bem pequena, tendo cerca de 1% da massa estelar da Via Láctea, e está muito longe a cerca de 13 bilhões de anos-luz de distância.
Os astrônomos utilizam descobertas como essa para tentar entender o que aconteceu no início do universo. Nesse caso específico, a galáxia observada pertence à chamada época de reinozição do universo.
Essa época de reionização marcou o momento no início do universo onde a maior parte do gás hidrogênio existente estre as galáxias estava passando pela transição de um gás mais neutro, para um mais ionizado, gás esse responsável por acender as estrelas pela primeira vez, ou seja, a matéria estava se tornando mais complexa, e esse processo de reinozição, provavelmente foi dirigido por uma população de galáxias apagadas.
Descobertas como essa podem ajudar a responder a pergunta sobre o que gerou esse processo de reionização, e, mostra, que, as lentes gravitacionais são ferramentas essenciais, para se entender como era o universo no seu início.
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