Às vezes no universo acontecem fenômenos que em um primeiro momento não sabemos dizer o que é, mas depois, com o tempo, estudando, analisando os dados podemos chegar a melhores conclusões. Isso acontece desde que o homem colocou pela primeira vez a cabeça para fora de uma caverna e olhou para o céu.

No ano de 2015, um projeto chamado All Sky Automated Survey for SuperNovae, ou seja, um projeto que vasculha todo o céu atrás de supernovas, registrou um fenômeno extremamente luminoso, que ficou conhecido como ASASSN-15lh.

Na época foi catalogado como sendo a supernova mais brilhante que já havia sido observada e por isso foi chamada de supernova superluminosa.

No seu pico, esse evento apresentou um brilho equivalente a 20 vezes a radiação emitida por toda a Via Láctea.

Mas, alguns astrônomos ficaram com a pulga atrás da orelha e resolveram observar esse evento com mais cuidado, durante 10 meses que se seguiram do evento eles ficaram ali vigiando e chegaram a outra conclusão.

O evento não era uma supernova superluminosa, mas sim o evento superluminoso foi causado por um buraco negro em rotação rápida que engoliu uma estrela.

O evento tem um nome, se chama perturbação por força de maré e só foram observados 10 até o momento.

No evento, uma estrela com massa parecida com o Sol foi espaguetificada e choques nos restos da estrela em colisão assim como o calor gerado pela acreção deram origem ao fenômeno superluminoso.

Para chegar a essa conclusão foi necessário realizar um trabalho integrado de instrumentos e astrônomos no mundo todo, foram usados, o Hubble, o VLT, e o NTT para esse estudo.

Porém, em ciência, nada está 100% resolvido até que todos os nós sejam desatados e todas as arestas aparadas. Esse fenômeno tem sim grande probabilidade de ser uma perturbação por força de maré, principalmente, pelo fato de ter tido um aumento do brilho na radiação ultravioleta, e o fato de estar localizado numa galáxia vermelha, massiva e bastante passiva. As supernovas superluminosas ocorrem em galáxias azuis que apresentam uma intensa formação de estrelas.

Existe também uma discussão sobre o tipo de buraco negro que causaria esse tipo de perturbação.

O buraco negro no interior da galáxia tem 100 milhões de vezes a massa do Sol, ou seja, ele só destruiria uma estrela dessa maneira se estivesse em rotação rápida e então se tornaria um tipo especial de buraco negro, um buraco negro de Kerr.

Embora ainda não se possa bater o martelo sobre o que causou o brilho intenso do fenômeno observado, a perturbação de maré causada pela alimentação de um buraco negro é a explicação mais plausível até o momento.

Fonte:

http://www.eso.org/public/brazil/news/eso1644/?lang

http://www.spacetelescope.org/news/heic1622/?lang

Artigo:

http://www.eso.org/public/archives/releases/sciencepapers/eso1644/eso1644a.pdf