As tochas foram acesas e as pessoas saíram as ruas. Não estou falando do Monstro de Frankenstein ou da caça às bruxas. Estou falando do glúten. Alvo de toda a atenção, a proteína encontrada em alguns cereais como trigo, aveia ou cevada, tem sido excluído da dieta de muita gente por aí e sem ao menos ser culpado de todos os crimes que o acusam. E um estudo recente mostrou exatamente isso.
A dieta glúten-free tem sido adotada por muitos esportistas com uma promessa de melhora nos problemas digestivos, rendimento e condicionamento físico em suas atividades. E não é tão difícil você entrar nessa moda. Você encontra nos mercados todo um mundo anti-glúten à sua disposição, você precise ou não. Além dos celíacos, que tem seu uso contra-indicado de fato, o consumo de glúten é algo totalmente arbitrário.
Ao observar que a dieta glúten-free havia dominado o mundo dos esportistas, pesquisadores resolveram testar se a exclusão da proteína da alimentação faria diferença ou não. E já adianto pra você, não fez diferença alguma.
A proposta foi verificar, em um teste duplo cego, se a dieta glúten-free poderia aliviar os problemas gastrointestinais que corredores, ciclistas e atletas de alta performance são acometidos. Eles prepararam duas versões dessas barrinhas para esportistas, uma sem glúten e outra uma bomba de glúten.
Os 13 esportistas não celíacos adotaram por conta própria uma dieta glúten free e durante uma semana receberam as barras sem glúten e na semana seguinte as barras com muito glúten. Os pesquisadores não observaram nenhuma diferença ao monitorar os sintomas gastrointestinais, performance no treinamento e bem estar dos atletas entre a semana glúten free e a semana em que foram expostos a muito glúten.
Embora seja um estudo pequeno, ele serve para mostrar que devemos ser bem críticos ao adotar filosofias de nutrição que estejam na moda.
Fonte: O trabalho dos pesquisadores você encontra aqui.