Acredito que a maioria de vocês já está familiarizada que quanto mais um planeta estiver distante de sua estrela, maior será o tempo para ele completar uma volta em torno de seu astro. Isso porque quanto mais distante ele se localizar, maior será sua orbita, consequentemente maior será o seu caminho a percorrer em volta da estrela. Outro motivo é que quanto mais longe da estrela, menor será sua influência gravitacional, por conseguinte, menor será sua velocidade orbital.
Esse fato nos proporciona, em alguns sistemas, uma situação que chamamos de ressonância orbital. Isso se dá quando os períodos orbitais de dois planetas estão, de certa forma, sincronizados, possuindo uma razão de números inteiros entre si.
Não entendeu? Não é tão complicado quanto parece, veja um exemplo. Imagine um sistema com uma estrela e dois planetas – planeta A e planeta B – agora imagine que o tempo que o planeta A leva para completar duas voltas é o mesmo tempo que planeta B leva para completar uma volta – isso é a ressonância orbital.
É chamado assim pois a razão entre as orbitas do planeta A e B podem ser expressa como sendo 2:1, usando assim apenas números inteiros, em vez de algum número absurdo como 1,23463377475476:2,354735734777457.
Por mais que, por si só, isso não tenha nada demais, é um tanto quanto curioso quando observamos o sistema Kepler-223 e notamos que os seus quatro planetas estão em ressonância. Isso mesmo os quatro, mais especificamente pela razão 8:6:4:3. Esta é a demonstração mais extrema desse fenômeno.
Os quatro planetas foram descobertos em 2014, eles são “sub-Netunos” entre 4 e 9 vezes as massa de Terra e orbitas menores que a de Mercúrio e já estão em ressonância à milhares de anos. O que é surpreendente, pois indica que suas orbitas ainda não foram afetadas por forças gravitacionais de corpos celestes vizinhos.
Curiosidade: nós possuímos um caso de ressonância em nosso sistema entre Netuno e Plutão, sendo uma ressonância de razão 3:2.
Fontes.