Cientistas conseguiram criar um tecido humano artificial utilizando uma máquina de algodão doce.
Os pesquisadores fabricavam hidrogel, uma malha de fibras gelatinosas que pode suportar células vivas e substituir vários tecidos do corpo, especialmente tecidos musculares, como o do coração.
O hidrogel é o mais próximo que conseguimos chegar de emular tecidos do corpo humano, pois as fibras úmidas que o compõem permitem a circulação de oxigênio e nutrientes entre as células. Para produzí-lo, foi utilizada uma técnica chamada eletrofiação. Porém, a produção pode levar semanas e muitas vezes o gel não seca ou esfria devidamente.
Pesquisadores da Universidade de Vanderbilt decidiram ver se uma técnica utilizando uma máquina de algodão doce funcionaria tão bem quanto os métodos tradicionais.
O objetivo é ter uma malha de fibras que simulem os vasos capilares, podendo ser utilizada para envolver e manter irrigados órgãos artificiais. Após alguns ajustes na concentração dos materiais, descobriram que podiam adicionar ao “algodão doce” células humanas e uma enzima chamada transglutaminase – também conhecida como “cola de carne” na indústria alimentícia.
Depois que o gel endurece, eles alteram a acidez, fazendo com que o algodão doce se dissolva, deixando apenas as fibras gelatinosas. O material resultante se parece muito com algodão doce, mas é na verdade uma massa de células vivas conectadas por fibras de gel do diametro de um vaso capilar humano, aproximadamente um decimo do de um fio de cabelo. Após deixar esfriar – isto está parecendo cada vez mais uma receita -, os cientistas bombearam a malha com oxigênio e outros nutrientes.
Uma semana depois, 90% das células ainda estavam vivas, em comparação com os 60-70% no tecido sintético compacto.
Como o algodão doce de hidrogel acaba tendo uma distribuição de fibras bastante complexa, esta pode ser a técnica com resultados mais “realistas” até agora.
Em estudos futuros, os cientistas planejam testar a técnica do algodão doce com outros tipos de células, para criar tecidos encontrados em diferentes órgãos. Esta é uma das inovações nos esforços para criar órgãos artificiais de baixo custo – impressão 3D é outro método popular, principalmente para a parte estrutural.
Fonte: Popsci