Imagine a comida mais saborosa do mundo. Acrescente bacon (Tudo fica melhor com bacon). Nesse exato momento, sua refeição foi engaiolada e trancada. Você nunca viu essa gaiola antes, mas quer o conteúdo. Como você resolve a situação?

Essa foi a maldade Esse foi o problema que pesquisadores apresentaram para mamíferos carnívoros em nove jardins zoológicos dos Estados Unidos. Os resultados do estudo foram publicados esta semana na revista oficial da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos,  Proceedings. Os pesquisadores descobriram que os animais com um cérebro maior em proporção ao seu tamanho corporal foram capazes de resolver o problema mais rapidamente do que outros animais.

https://www.youtube.com/watch?v=RbN5KXwlly4

Ursos polares foram os vencedores

Foram testados 140 animais de 39 espécies diferentes para calcular quanto tempo cada um levaria para conseguir pegar a comida. O estudo incluiu ursos polares, raposas do ártico, tigres, lontras, lobos, hienas malhadas, binturongs, leopardos e glutões.

Os pesquisadores deram 30 minutos a cada animal para que tentasse abrir a gaiola, fechada com um trinco. As gaiolas eram de tamanhos diferentes, de acordo com o tamanho do animal (os ursos e grandes felinos tinham gaiolas maiores que as lontras ou raposas), mas todos continham algum tipo de comida deliciosa (já falei do bacon?). Você pode conferir alguns testes no vídeo acima.

No resultado geral, 35% dos animais conseguiram abrir as gaiolas. Os ursos polares foram os melhores na resolução do problema, com 70% de sucesso nas tentativas. Por outro lado, suricatos e mangustos ficaram no zero. Que dó!

Suricato triste

Suricato triste. Sem bacon para ele.

“Nossos resultados são consistentes, mostrando que ter um cérebro maior realmente melhora a habilidade do animal para resolver um problema que nunca viu antes”, diz Kay Holekamp, professora de biologia integrativa da Universidade Estadual do Michigan e autora sênior do estudo.

A pesquisa mostrou ainda que o fato de possuírem melhores habilidades manuais, ou pertencerem a grupos maiores não contribuiu para o êxito na tarefa.

“Uma hipótese que tem atraído muito apoio em estudos com primatas é a ‘hipótese do cérebro social’, que propõe a evolução de cérebros maiores para lidar com os desafios no domínio social”, diz Holekamp. “Esta hipótese sugere que a inteligência evoluiu para permitir animais antecipar, responder e talvez, até mesmo manipular as ações dos outros em seus grupos sociais.”

“Se a hipótese do cérebro social pode prever o sucesso na resolução de problemas não-sociais, então poderíamos esperar que as espécies que vivem em grupos sociais maiores seriam mais inteligentes. No entanto, não encontramos nenhum apoio para a hipótese no estudo.”

Sarah Benson Amram, cientista da Universidade de Wyoming e também autora do artigo conclui: “Este estudo oferece um raro olhar para resolução de problemas em carnívoros, e os resultados fornecem um apoio importante para a afirmação de que o tamanho do cérebro reflete capacidade de resolver problemas de um animal e melhorar a nossa compreensão sobre a evolução de cérebros maiores em algumas espécies”.

Às vezes, quanto maior melhor.

Referência:

Fontes:

Popular Science

Futurity

Academia de Ciências dos Estados Unidos

Wikimedia (Imagens)