Mapear a Via Láctea, talvez um dos maiores sonhos dos astrônomos, e talvez também, uma das tarefas mais complexas de serem executadas, o motivo principal, estamos dentro da Via Láctea e mapear algo de dentro pra fora é muito complicado.

Já mostrei aqui todo o trabalho da missão GAIA que por astrometria mede a posição da maior quantidade possível de estrelas, e no seu primeiro catálogo foram perto de 1 bilhão de estrelas, mas além desse projeto e desse tipo de técnica existem outras.

Uma técnica já aplicada a algum tempo é usar rádio telescópios na Terra para medir a quantidade de determinados elementos na Via Láctea, e com isso conseguir mapear a estrutura da nossa galáxia, além, óbvio, caracterizar determinadas feições importantes.

E foi isso que um grupo de astrofísicos fez. Eles usaram dois dos maiores rádio telescópios da Terra, a antena de Parkes na Austrália e o rádio telescópio de Effelsberg na Alemanha para mapear o hidrogênio atômico neutro, o elemento mais abundante no espaço e o principal componente das galáxias e das estrelas.

Nesse projeto os astrofísicos fizeram mais de um milhão de observações individuais e adquiriram cerca de 10 bilhões de dados pontuais individuais. Esse mapa é cerca de duas vezes mais sensível do que o anterior.

Como eu disse, essa não é uma técnica nova, já foi usada outras vezes, mas o que diferenciou esse estudo, foi, além de usar as maiores antenas do mundo, foram desenvolvidos algoritmos para eliminar qualquer tipo de ruído, proveniente de telefones celulares e de transmissões de TV para que o mapa tivesse a maior resolução possível e pudesse ser usado da forma mais conclusiva.

O resultado foi um mapa que mostra com muito mais detalhes as importantes estruturas presentes na nossa galáxia, como principalmente as nuvens que dão origem às estrelas e estruturas em forma de filamentos que nunca antes tinham sido observadas.

Estudos como esse servem para complementar os estudos feitos com a missão GAIA, por exemplo, além de serem importantes para o entendimento da estrutura da nossa galáxia e através das técnicas desenvolvidas, pode ser um estudo utilizado na melhor caracterização de outras galáxias além da Via Láctea.

Fonte:

Astrophysicists map the Milky Way

Artigo:

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