Falar que o ALMA está revolucionando a astronomia moderna já é um clichê e vocês devem estar até enjoados de ouvir eu falar isso.
Normalmente vemos o ALMA observando discos de poeira ao redor de estrelas e estudando as emissões nos comprimentos de onda milimétrico e submilimétricos dos elementos que constituem essa poeira.
Mas, o que mais o ALMA é capaz de fazer?
Para procurar essa resposta, um grupo de astrônomos apontou as antenas do ALMA para uma estrela recém nascida, chamada ST11.
Essa estrela é massiva e localiza-se na galáxia vizinha da Via Láctea, a Grande Nuvem de Magalhães.
Ao observar essa estrela com o ALMA, os astrônomos descobriram a radiação emitida por uma grande variedade de gases moleculares, denso e quente ao redor da estrela.
Essa foi a primeira vez que se descobriu um núcleo molecular quente fora da Via Láctea.
Algo que chamou a atenção dos astrônomos ao analisarem os dados foi a composição química diferente desse núcleo se comparado com objetos semelhantes na Via Láctea.
As assinaturas mais proeminentes detectadas foram de dióxido de enxofre, óxido nítrico e formaldeído.
Já o metanol, por exemplo, que na Via Láctea é encontrado em abundância, nesse núcleo recém descoberto foi encontrado em quantidade muito baixa.
A Grande Nuvem de Magalhães tem uma baixa abundância de elementos que não são o hidrogênio e o hélio, e isso pode afetar a formação de moléculas que ocorrem ao redor da estrela recém nascida.
Mostrando que as composições moleculares da matéria que forma as estrelas e os planetas difere muito.
Qual a importância de tudo isso?
Sabemos que a vida como a conhecemos depende de moléculas orgânicas para proliferar.
Se essa baixa quantidade de moléculas orgânicas existir no universo como um todo, como isso poderia, por exemplo afetar o desenvolvimento da vida em outras regiões do universo?
Como eu falo, a equação que precisa ser resolvida para a definição da vida no universo, tem muito mais variáveis do que podemos pensar em imaginar.
Fonte:
http://www.eso.org/public/brazil/news/eso1634/
Artigo:
http://www.eso.org/public/archives/releases/sciencepapers/eso1634/eso1634a.pdf